Peter Grahamé um jovem canadense amargurado com um único objetivo na vida: matar todos os vampiros que puder encontrar. Disposto a doar sua própria vida para tentar livrar e proteger os humanos das criaturas sedentas por sangue, Peter passa seus dias atrás de pistas e as noites caçando vampiros. Contudo, nem sempre Peter levou uma vida sombria. Alguns anos antes ele era apenas um jovem estudante de Desenho Industrial vivendo a primeira paixão.
Quando o único segredo que guardava era sobre a sua sexualidade, Peter era muito feliz. Mesmo não podendo contar para a família extremamente tradicional que era gay, o jovem vivia contente e se divertia ao lado da melhor amiga e do primeiro namorado, enquanto buscava trilhar o seu próprio caminho. Mas, uma tragédia terrível muda tudo. Ao descobrir que os vampiros eram algozes de sua dor, Peter prometeu dedicar a sua vida a eliminar esses seres.
Um dia, ao atacar o que seria o refúgio de um dos mais poderosos vampiros, Peter descobre novas circunstâncias sobre o seu passado trágico e uma esperança surge. Diante a possibilidade de salvar uma pessoa que ama, o jovem aceita agir em nome do vampiro que deveria matar. Tudo o que Peter precisa fazer é localizar e eliminar um inimigo do poderoso vampiro. Mas, quando se coloca diante do homem que deveria matar, um poderoso e belo lobisomem, algo nos olhos do outro o faze hesitar. Será que Peter conseguirá completar a missão? O jovem acabará por descobrir outro lado dos seres fantásticos, assim como a origem deles e uma única chance de acabar com os vampiros de vez.
A LEITURA: TRAMA E NARRATIVA
Eu conheci o livro Graham - O Continente Lemúria há um ano atrás, no início de 2015, na campanha Internautas Contra o Preconceito, que teve o personagem desse livro como patrono do movimento. A primeira coisa que me chamou atenção na obra foi, claro, os vampiros, meus seres fantásticos favoritos. E fiquei ainda mais curiosa para ler Graham ao saber que o protagonista era um caçados de vampiros que também enfrentava, além das criaturas sedentas por sangue, a homofobia.
Com boas expectativas para a obra, me cativei a Graham - O Continente Lemúria logo nas primeiras páginas. A narrativa é gostosa e fluída, e a perspectiva varia da primeira pessoa para a terceira (presente nos capítulos que narram o passado de Peter). Essa alternância entre os pontos de vista deixam a história ainda mais ágil, assim como as bem descritas e envolventes cenas de luta e de caça aos vampiros.
Eu devorei O Continente Lemúria em apenas uma tarde e, até um pouco mais da metade da obra, estava amando tudo e simplesmente apaixonada pela trama surpreendente, intrigante e emocionante. Contudo, em determinado momento, a história começou a desandar, os acontecimentos tornaram-se acelerados demais e, quando vi, o livro tinha acabado e me deixado insatisfeita. O desfecho da obra foi bacana, não acredito que poderia ser diferente, mas foi também extremamente corrido e alguns pontos ficaram muito mal desenvolvidos e mal explicados, além de forçados.
Contudo, o que mais me deixou insatisfeita foi a relação de Peter e John (o lobisomem que o outro deveria matar), que era para ser o ponto alto da trama, mas que soou completamente sem noção. Não há tempo nem espaço para o relacionamento deles florescer. De repente Peter e John estão envolvidos, em dois dias se julgam apaixonados como nunca estiveram. Honestamente, não entendi porque o autor se dedicou tanto a desenvolver o relacionamento de Peter com o primeiro namorado e deixou o dele com John (que era mais importante), de lado. Fiquei muito, muito frustrada por Wood ter corrido com o final e terminei a obra com um gostinho por mais (eu adoraria uma continuação, mesmo não tendo espaço e sentido para uma).
OS PERSONAGENS
Eu adorei Peter Graham desde o início. Fofo, tímido e inteligente, o rapaz conquista tanto como jovem comum quanto caçador de vampiros. Depois de conhecermos sua trágica história, torcemos para o sombrio Peter caçador de vampiros encontrar novamente a felicidade, o que de fato acontece, mas de forma insatisfatória graças ao final corrido. Eu adorei todos os outros personagens, especialmente John e gostaria de que o autor o tivesse desenvolvido melhor e dado mais tempo ao leitor (e a Peter) para o conhecer.
CONCLUSÕES FINAIS
Uma leitura rápida e gostosa, fazia tempo que eu havia sido tão cativada por um sobrenatural como Graham - O Continente Lemúria. Apesar de ter devorado a obra, o desenvolvimento deixou a desejar e prejudicou a leitura. Terminei a obra frustrada por acontecimentos e detalhes mal explicados e corridos.
Contudo, me cativei tanto a Graham - O Continente Lemúria que fiquei com um gostinho por mais e ansiosa para conferir mais obras do autor. O livro é bom e leitores não muito exigentes, fãs de tramas sobrenaturais, com vampiros, lobisomens e batalhas incríveis, com certeza vão gostar de Graham.
A EDIÇÃO
A diagramação do livro estava boa, não percebi erros durante a leitura. Adorei a ilustração representando Peter no início da obra, foi exatamente assim que imaginei o protagonista. Também gostei do detalhe no início dos capítulos, além de legal, o simbolo está presente na história. De início não achei a capa de Graham - O Continente Lemúria muito atraente. Mas, após ler a obra, percebi que ela combina perfeitamente com a trama. Outro detalhe que amei foram as páginas de material grosso e resistente, além de cor amarelada, que deixa a leitura mais confortável.
QUOTE FAVORITO
“Era assim que funcionava. Eu os procurava, encontrava, planejava e matava-os à surdina.” Pág. 12
Autor: A. Wood
Editora: Selo Jovem
ISBN: 9788566701203
Ano: 2014
Páginas: 210
*Esse livro foi uma cortesia da Selo Jovem