A HISTÓRIA
Ao voltar para sua casa minúscula coberta de lama, após quase ser atropelada por um cavalheiro a cavalo, Anna Wren percebe que precisa fazer algo para mudar sua situação de vida. Apesar de ter sido criada como uma dama e ter se casado com um advogado, a vida da mulher deu uma guinada quando seu marido morreu precocemente, deixando ela, a sogra e uma jovem empregada desastrada, sem maneiras de se sustentar. Assim, Anna decide arrumar um emprego e acaba convencendo o administrador da maior propriedade local a contratá-la para ser a secretária do conde dono das terras.
Contudo, Anna não imaginava que seu novo chefe seria o mesmo cavalheiro que quase a matou com o cavalo, o mal humorado e arroganteEdward de Raaf, o conde de Swartingham. Edward claro, estranha que uma mulher tenha se oferecido para o maçante trabalho de transcrever seus escritos, anotações e cartas, mas vê em Anna uma chance de finalmente ter um secretário que dure mais que alguns dias no emprego. Swartingham sabe que é um homem rude, pouco paciente e feio (por causa das marcas de varíola no rosto), mas logo percebe que Anna não é do tipo de mocinha frágil que se assusta com qualquer coisa e que não vai deixá-lo usar sua personalidade difícil para intimidá-la.
Assim, Anna e Edward acabam acostumando-se a presença um do outro. Ela não se irrita com seu jeito mandão e pouco gentil, e ele aprende a lidar com a personalidade falante e curiosa dela. Mas, mais do que isso, Edward se surpreende com a inteligência de Anna, com a facilidade que a conversa flui entre os dois e como ela faz florescer nele ainda mais o desejo de transformar seu casarão em um lar alegre e cheio e crianças. Anna também é afetada pela presença de Edward, lembrando-a de como faz tempo em que ela não é tocada por um homem e como seus sonhos de ser mãe foram destruídos após a traição e morte do seu falecido marido.
Passar tanto tempo juntos, escrevendo na biblioteca ou visitando a propriedade, acende uma paixão irresistível entre Anna e Edward. Mas, ela sabe que não deve se envolver com o homem se não quiser perder sua boa reputação, assim como seu meio de se sustentar. Já Edward está prometido para outra mulher, uma jovem lady que ele mal conhece, e não pode estragar tudo se envolvendo com a secretária. Após muito resistir, o conde de Swartingham decide dar um basta a seu desejo por Anna e vai para Londres finalizar os últimos detalhes de seu noivado, em uma tentativa de tirar a viúva da sua cabeça.
Contudo, a secretária, que não faz ideia de que ele vai se casar, acaba descobrindo que, durante a viagem, Edward pretende visitar um luxuoso bordel e é lá que ela encontra a possibilidade de ter o conde pelo menos uma vez, sem que ele saiba e sem que sua reputação seja arruinada. Mas será que Anna se contentará com apenas uma vez? E Edward não perceberá que a mulher sedutora por trás da máscara é a sua secretária, por quem ele nutre perigosos e profundos sentimentos?
Contudo, a secretária, que não faz ideia de que ele vai se casar, acaba descobrindo que, durante a viagem, Edward pretende visitar um luxuoso bordel e é lá que ela encontra a possibilidade de ter o conde pelo menos uma vez, sem que ele saiba e sem que sua reputação seja arruinada. Mas será que Anna se contentará com apenas uma vez? E Edward não perceberá que a mulher sedutora por trás da máscara é a sua secretária, por quem ele nutre perigosos e profundos sentimentos?
A SÉRIE E EXPECTATIVAS PARA A LEITURA
O Príncipe Corvoé o primeiro livro da Trilogia dos Príncipes, da renomeada autora norte-americana Elizabeth Hoyt. Nesse volume 1, acompanhamos Edward, o conde de Swartingham, se apaixonar por sua secretária. No segundo livro, O Príncipe Leopardo, é a vez de um amigo de Edward, Harry Pye, se envolver com a dama das terras que ele administra. E, para fechar a série, a terceiro e última história, de O Príncipe Serpente, outro amigo dos outros mocinhos, o visconde Simon Iddesleigh, acaba se apaixonando, em meio a um plano de vingança, por uma jovem que salvou a sua vida. Apesar de estarem interligado, os livros da Trilogia dos Príncipes são romances de época que podem ser lidos de forma independente.
Após ver as fãs de romance de época enlouquecer com a notícia do lançamento dos livros da Elizabeth Hoyt, eu fiquei imensamente curiosa para ler O Príncipe Corvo. A autora é uma das mais amadas do gênero no exterior e seus livros prometem histórias de amor avassaladoras e apaixonantes. E, logo na leitura desse primeiro livro da Trilogia dos Príncipes, percebi que Hoyt mais do que merece sua fama.
A NARRATIVA, A TRAMA E OS PERSONAGENS
A autora já me conquistou nas primeiras páginas, com uma narrativa em terceira pessoa recheada de ironia. Descritiva na medida certa, a escrita da autora é leve e fluída, além de bem-humorada, e nos faz mergulhar de cabeça na história. Com uma narrativa tão gostosa, não foi difícil também me simpatizar com a história e os personagens rapidamente. Os mocinhos de O Príncipe Corvo são incríveis e únicos. Logo de cara a autora já nos revela que eles não têm nada de especial, nenhuma grande beleza ou personalidade brilhante, mas, que como qualquer pessoa, eles têm seus defeitos e qualidades, que os tornaram muito humanos e, logo, ainda mais cativantes.
A começar por nossa mocinha, a desinibida Anna, que não tem medo de trabalhar para se sustentar ou mesmo de expressar sua opinião e seus desejos. Eu gostei muito que, ao longo da história, ela vai se soltando das amarras sociais e percebendo que não há nada de errado em desejar e ter um certo homem em particular na sua cama e no seu coração, mesmo ele sendo um conde mal-humorado. E Swartingham, meu Deus, como não amá-lo. Edward sabe que não é nenhum rei da beleza, mas tem seu charme, apesar da sua arrogância e mania de gritar com as pessoas. Como Anna, ele também descobre que não precisa se limitar ao que a sociedade determina e que ele pode muito bem realizar seu desejo de ter uma família com uma mulher inteligente e divertida, como a Anna, mesmo ela não sendo do mesmo nível social que ele.
Como casal, Anna e Edward são perfeitos. Ela é uma mocinha empoderada, que não deixa Edward mandar nela, mas que também não espera que ele seja um príncipe do cavalo branco que virá salvá-la. Pelo contrário, ela vê os defeitos do conde, assim como sua gentileza, dedicação a seu papel de senhor das terras e paixão por agricultura. Já Edward sabe muito bem que não precisa bancar o herói com Anna, ele aprecia a inteligência e audácia da mulher e aprende que ser gentil é o meio de conquistar o coração dela. O relacionamento deles se desenvolve rapidamente, passando de uma primeira atração física para um amor profundo em pouco tempo, mas isso não é um ponto negativo. Apesar das grandes diferenças entre os dois, eles conseguem ter um relacionamento saudável, onde ambas as vozes e desejos são ouvidas e respeitadas. E com um amor fofo e com pitadas de sensualidade como esse, como não se apaixonar por O Príncipe Corvo?
A trama da obra é ágil e muito cativante. Com grande doses de bom humor em situações inesperadas e divertidas, como Edward sendo derrubado por uma ovelha, a leitura passa rapidamente e de forma deliciosa. Contudo, O Príncipe Corvo tem grandes doses de sensualidade, com momentos calientes entre o casal, além de pitadas de drama e ação, que deixam tudo ainda melhor. Apesar de não trazer grandes surpresas ou elementos inusitados, O Príncipe Corvo consegue se tornar uma obra única com uma história divertida e apaixonante, que vai encantar todos os amantes de romance de época.
A EDIÇÃO
O Príncipe Corvo também só merece elogios quanto a edição. A diagramação é simples, sem qualquer detalhe em especial, mas boa. A tradução está perfeita e o texto não tem qualquer erro. Algo que amei foi que, no início de cada capítulo, há trechos de uma espécie de conto, bastante interligado a trama principal do livro e que é uma mistura de A Bela e a Fera com Eros e Psique. Esse conto mágico narra o amor entre uma jovem e um corvo – o que explica o nome do livro. Quanto a capa de O Príncipe Corvo, ela é perfeita. O contraste do preto com o dourado é incrível, assim como o padrão dos desenhos ao redor da imagem do casal no centro. Com um ar sombrio e misterioso, mas também romântico, a capa combina perfeitamente com a obra.
CONCLUSÕES FINAIS
Eu devorei O Príncipe Corvo em um dia e nem preciso dizer que foi porque amei a obra. Apesar da simplicidade, a trama consegue nos conquistar mesmo não tendo grandes surpresas e nos fazer rir e suspirar muito com uma história de amor fofa e sensual. O brilho de O Príncipe Corvo está em seus protagonistas: uma mocinha empoderada e determinada e um conde mal-humorado e inteligente, duas personalidades ricas e fortes que, ao se cruzar, geram os momentos mais hilários e românticos possíveis.
Com mocinhos tão únicos, O Príncipe Corvo torna-se uma leitura marcante e emocionante, com boas doses de humor, romance, drama e ação. A autora tem uma narrativa deliciosa, o que somado a todo o resto, me deixou ainda mais ansiosa para conferir o restante da Trilogia dos Príncipes e seus outros livros. Simples e leve, mas apaixonante e divertido, esse romance de época superou em um milhão de vezes as minhas expectativas – por isso o recomendo para todos os fãs do gênero!
Com mocinhos tão únicos, O Príncipe Corvo torna-se uma leitura marcante e emocionante, com boas doses de humor, romance, drama e ação. A autora tem uma narrativa deliciosa, o que somado a todo o resto, me deixou ainda mais ansiosa para conferir o restante da Trilogia dos Príncipes e seus outros livros. Simples e leve, mas apaixonante e divertido, esse romance de época superou em um milhão de vezes as minhas expectativas – por isso o recomendo para todos os fãs do gênero!
Título: O Príncipe Corvo
Título original: The Raven Prince
Série: Trilogia dos Príncipes
Volume: 1
Autora: Elizabeth Hoyt
Editora: Record
ISBN: 9788501109811
Ano: 2017
Páginas: 350