Os livros clássicos dividem opiniões e leitores, algumas pessoas odeiam e os evitam até a morte, outras não leem nada além deles. Por um lado, não concordo com as pessoas que desmerecem obras e autores contemporâneos, afinal, elas podem nos trazer tantas coisas boas quanto livros clássicos, sem falar que o bestseller, ou aquele livro que quase ninguém leu. de hoje, pode ser o clássico de amanhã. Mas, por outro lado, também não consigo apoiar quem vai contra os clássicos, afinal, eles ganharam tanto renome por um motivo e podem ser leituras tão boas e enriquecedoras quanto livros contemporâneos.
Eu, particularmente, não leio tantos clássicos quanto deveria e gostaria - confesso que rola uma preguicinha de encarar escritas rebuscadas e histórias não tão cheias de ação como as de hoje -, mas tenho lá os meus queridinhos entre os livros que entraram, de alguma forma, para a história da literatura. E hoje vim justamente para indicar alguns deles para vocês! A maioria dos nomes da minha listinha são bem conhecidos (inclusive já os indiquei aqui no blog), mas outros podem surpreender! Conheçam 7 livros clássicos que entraram para a minha lista de livros favoritos:
Tão falado e tão polêmico! A história em si de O Apanhador no Campo de Centeio não é das mais surpreendentes ou inovadoras. Confesso até que alguns momentos da trama são bem maçantes. Mas, sabe quando você dá a sorte de ler um livro na época certa? Foi o que aconteceu comigo com a obra de J.D. Salinger. Eu li O Apanhador no Campo de Centeio aos 16 anos, mesma idade do protagonista da obra, e talvez por isso me identifiquei tanto com ele. O livro fala bastante sobre como a adolescência provoca um processo de amadurecimento que pode ser angustiante e dolorido, e, por estar nessa fase quando li a obra, acabei me cativante bastante a ela. As reflexões sobre independência, rebeldia e crescimento que O Apanhador no Campo de Centeio traz me fizeram ver o mundo e a mim mesma de forma bem diferente, além de me ajudar a entender melhor tudo aquilo que eu estava passando, por tanto, é claro que esse clássico jovem entrou para o meu rol de favoritos!
Sinopse de O Apanhador no Campo de Centeio: O livro narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventudade e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.
Sinopse de O Apanhador no Campo de Centeio: O livro narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventudade e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.
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Um clássico brasileiro que mudou a minha visão sobre pobreza, determinismo social e criminalidade juvenil. Capitães de Areia é uma obra que incomoda por trazer uma realidade de miséria tão próxima, mas que a maioria de nós escolhe ignorar. Ao retratar as dificuldades, aventuras e conflitos de jovens abandonados, esse clássico do Jorge Amado cativa e nos faz refletir bastante. Um livro político e filosófico, mas de leitura bem fácil e emocionante, Capitães de Areia é um dos clássicos que todos os brasileiros deveriam ler.
Sinopse de Capitães de Areia: Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente da sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.
Foto do blog A Vida em Júpiter - Compre o livro 1984
Um clássico do qual já falei diversas vezes aqui no blog, 1984 é inspiração para diversas distopias contemporâneas. Apesar de não tão surpreendente ou inusitado, o livro traz uma crítica social dura e importante ao retratar uma realidade totalitária cruel e assustadoramente parecida com a realidade que vivemos. Alienação, poder, controle e guerra são temas desse livro tão cativante e impactante, um obra que nos faz refletir melhor sobre o mundo em que vivemos e o mundo no qual queremos viver. 1984 é o tipo de livro que muda a sua forma de ver o mundo, e claro que entrou nos meus favoritos!
Sinopse de 1984: Winston, herói de 1984 vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro". Romance distópico clássico do autor britânico George Orwell, retrata o cotidiano de um regime político totalitário de modelo comunista. No livro, Orwell mostra como uma sociedade oligárquica é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela.
Já Orgulho e Preconceitoé aquele clássico que todo mundo conhece a história e que pelo qual todo mundo que lê, se apaixona! E por bom motivos viu! Esse romance inglês, que inspirou e ainda inspira tantas outras histórias de amor, cativa com seu humor irônico e crítico as futilidades das relações sociais da época e o vazio dos casamentos por conveniência. Mas claro que a obra mais famosa de Jane Austen também conquista por trazer um romance fofo e cheio de reviravoltas de um casal, que, a primeira vista é completamente improvável, mas que, com o tempo, se descobre perfeito um para o outro! Orgulho e Preconceito é divertido, romântico e crítico, não tem como não ler esse clássico e se apaixonar por ele!
Sinopse de Orgulho e Preconceito: Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.
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Sabe aquele clássico que você lê por obrigação, por causa da escola, e acaba amando? Foi o que aconteceu com Vidas Secas. Peguei o livro com muito preconceito, achando que ia ser a coisa mais chata do mundo, e acabei tendo uma das leituras mais profundas e impactantes da minha vida! A obra de Graciliano Ramos é difícil de ler por causa da trajetória sofrida dos personagens, mas, ironicamente, acaba sendo uma leitura ágil e gostosa, no geral. Com mensagens críticas que incomodam, Vidas Secas consegue, ao mesmo tempo, trazer histórias tristes e belas sobre uma família em situação miserável, mas que luta bravamente contra todos os males que a vida e as outras pessoas os impõe. Esse clássico da literatura brasileira retrata de forma singela, mas honesta, a vida e as personalidades do sertão brasileiro, explorando de maneira bela a situação dos retirantes que fogem da seca. Vidas Secas é o tipo de livro que te faz enxergar e se compadecer com a realidade sofrida de outras pessoas, ao mesmo tempo em que te deixa mais grato por todas as coisas (boas) que você tem.
Sinopse de Vidas Secas: O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro. Apesar desse sentimento de transbordante solidariedade e compaixão com que a narrativa acompanha a miúda saga do vaqueiro Fabiano e sua gente, o autor contou: "Procurei auscultar a alma do ser rude e quase primitivo que mora na zona mais recuada do sertão... os meus personagens são quase selvagens... pesquisa que os escritores regionalistas não fazem e nem mesmo podem fazer ...porque comumente não são familiares com o ambiente que descrevem...Fiz o livrinho sem paisagens, sem diálogos. E sem amor. A minha gente, quase muda, vive numa casa velha de fazenda. As pessoas adultas, preocupadas com o estômago, não tem tempo de abraçar-se. Até a cachorra [Baleia] é uma criatura decente, porque na vizinhança não existem galãs caninos". VIDAS SECAS é o livro em que Graciliano, visto como antipoético e anti-sonhador por excelência, consegue atingir, com o rigor do texto que tanto prezava, um estado maior de poesia.
Outra obra da qual já falei muito aqui no blog e da qual não me canso de falar. Laranja Mecânica foi tão importante para mim que considero um dos livros que me fez querer ir para a faculdade estudar psicologia. A história desse clássico, do rebelde e violento protagonista que passa por um tratamento cruel para se tornar "normal", é impactante e inesquecível. A obra de Anthony Burgessé complexa e profunda, mas estranhamente divertida, e nos faz refletir bastante sobre sociopatia, transgressão, criminalidade, interferência psicológica, e mais. Laranja Mecânica é um dos meus livros favoritos entre os meus favoritos, e um clássico que recomendo para todo mundo!
Sinopse de Laranja Mecânica: Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica"é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo.
Foto do blog Vidro Colorido - Compre o livro Noite na Taverna
E para finalizar, talvez o mais desconhecido da lista. Noite na Taverna é uma sangrenta e sombria obra de contos, da época do romantismo brasileiro, que eu simplesmente amo! Meu relacionamento de amor com o autor do livro, Álvares de Azevedo, começou muito antes, quando, ainda no ensino fundamental, participei de um concurso de poesia com um poema dele (o mórbido Lembrança de Morrer - e sim, eu era uma criança estranha com tendências góticas). Se vocês se lembram das aulas de literatura, sabem que Álvares de Azevedo morreu muito jovem, deixando poucos trabalhos para trás, os mais conhecidos dele sendo livro de poesia (Lira dos Vinte Anos) e um de contos - o Noite na Taverna. E eu adoro esse clássico, são sete contos cheios de aventuras amorosas, sangue, assassinato, traições e acontecimentos bizarros (até mesmo canibalismo). Se hoje eu amo histórias de terror/horror, é por causa desse clássico gótico tão incrível!
Sinopse de Noite na Taverna: Em uma taverna no longínquo século XIX, cinco amigos decidem narrar suas histórias de amor. Mas não espere encontrar aqui inocentes: as paixões de Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann são tão intensas quanto loucas. No passado, ainda jovens e inconsequentes, eles macularam suas vidas com atos infames, que nunca puderam esquecer. Inspirado em narrativas góticas, Álvares de Azevedo criou uma obra alucinante, que marcou para sempre a literatura brasileira.
- Saiba porque Noite na Taverna me traz boas lembranças no post "Minha Vida em 8 Livros"
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Bom amores, e essa foi a nossa listinha de hoje, sobre 7 livros clássicos que se tornaram meus favoritos e que recomendo para todos! O que acharam? Já leram ou ficaram com vontade de ler alguma das obras? E quais clássicos vocês adoram e já mudaram seu modo de ver o mundo? Comentam aí embaixo!