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O que ver nos cinemas em Fevereiro/2016

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Último dia de Janeiro! Vamos nos despedir do primeiro mês no ano falando sobre o que o próximo trará de melhor? Conheçam os filmes que vão estrear nos cinemas brasileiros em Fevereiro:


Fãs de livros de romances e clássicos por aí? Em Fevereiro chega aos cinemas a tão aguarda adaptação de A Escolha, romance do bem aclamado autor Nicholas Sparks. Mas, se você não se importa de misturar um pouquinho de ação a uma história de amor, pode se surpreender com a Orgulho e Preconceito e Zumbis, que até citei no post sobre os filmes mais aguardados de 2016. Um mashup do clássico de Jane Austen, o filme promete ser um grande lançamentos do ano ao trazer a amada história de Elizabeth e Darcy em meio a um apocalipse zumbi! 

A Escolha não despertou muito a minha atenção, mas eu mal posso esperar para ver Orgulho e Preconceito e Zumbis. Conheça os trailers e as sinopses dos filmes:


A Escolha - Estreia em 04 de Fevereiro
Travis Parker (Benjamin Walker) tem uma vida confortável, um bom emprego, amigos leais e uma casa em pequena cidade costeira. Ele busca diariamente viver plenamente e acredita que um relacionamento sério limitaria o seu estilo de vida. Isso até que Gabby Holland (Teresa Palmer) se muda para a casa ao lado. Mesmo que ela tenha um namorado, a moça o instiga logo de cara e faz com que os dois se entreguem a uma relação que nenhum deles esperava. Baseado em romance do autor Nicholas Sparks.


Orgulho e Preconceito e Zumbis - Estreia em 25 de Fevereiro
Releitura do romance Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, o filme é ambientado em Londres do século XIX. Especialista em artes marciais, Elizabeth Bennet (Lily James) está determinada em acabar com todos os zumbis que atravessam o seu caminho. Mas a situação mudará após a chegada do arrogante Sr. Darcy (Sam Riley).


Para quem gosta de acompanhar as indicações e premiações do Oscar, ir aos cinemas em Fevereiro vai ser indispensável! Três dos filmes indicados ao prêmio estreiam nesse mês, dois baseados em histórias reais e um em um livro! Dos inspirados em tramas reais, O Regresso lidera com 12 nomeações e deixou todos esperançosos por finalmente ver o lindo e talentoso Leonardo DiCaprio levar pelo menos uma estatueta para casa! Já A Garota Dinamarquesa - também falei sobre ele em "Os 7 filmes mais aguardados de 2016" - teve quatro indicações e merece ser assistido, especialmente, por contar a história da primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. 

Tanto O Regresso como A Garota Dinamarquesa estão na minha listinha e estou mega ansiosa para conferir ambos! Conheça os trailers e as sinopses dos filmes:


O Regresso - Estreia em 04 de Fevereiro
1822. Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que ainda rouba seus pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança.


A Garota Dinamarquesa - Estreia em 11 de Fevereiro
Cinebiografia de Lili Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. Em foco o relacionamento amoroso do pintor dinamarquês com Gerda (Alicia Vikander) e sua descoberta como mulher.


Também indicado ao Oscar e adaptação de um livro, eu conheci O Quarto de Jack enquanto fazia esse post, mas já estou louca para ver o longa! Apesar de não curtir muito obras de drama, esse parece ser um filme singelo e tocante, mas também com uma carga psicológica muito interessante. E como eu nunca resisto a um bom filme de terror, estou absolutamente louca também por Boneco do Mal, que estreia no mesmo dia! Conheça os trailers e as sinopses dos filmes:


O Quarto de Jack - Estreia em 18 de Fevereiro
Uma história moderna sobre o amor sem limites entre mãe e filho. O pequeno Jack (Jacob Tremblay), de cinco anos, não conhece nada do mundo, exceto o quarto em que nasceu e cresceu acompanhado apenas por Ma (Brie Larson).


Boneco do Mal - Estreia em 18 de Fevereiro
Greta (Lauren Cohan) é uma jovem americana que aceita um trabalho como babá em uma pequena vila inglesa. Porém, o garoto de 8 anos de quem ela tem que cuidar é, na verdade, um boneco de quem o casal cuida como se fosse um menino de verdade, como uma forma de lidarem com a morte do filho, ocorrida 20 anos antes. Após violar uma lista de regras do garoto, uma série de eventos inexplicáveis transformam a vida dela em um pesadelo.


Para quem quer dar boas risadas no cinema, Deadpool e Como Ser Solteira são pedidas certas! O primeiro traz a história incomum de um super-herói e e o segundo traz a estrela de Cinquenta Tons de Cinza, Dakota Johnson, como uma jovem que acabou de ficar solteira e quer curtir mais a vida! Os dois filmes de comédias são bem diferentes, mas com certeza vão provocar boas risadas! Ambos já estão na minha listinha!


Deadpool - Estreia em 11 de Fevereiro
Ex-militar e mercenário, Wade Wilson (Ryan Reynolds) é diagnosticado com câncer em estado terminal, porém encontra uma possibilidade de cura em uma sinistra experiência científica. Recuperado, com poderes e um incomum senso de humor, ele torna-se Deadpool e busca vingança contra o homem que destruiu sua vida.


Como Ser Solteira - Estreia em 25 de Fevereiro
Alice (Dakota Johnson) acabou de sair de um relacionamento e não sabe muito bem como agir sem outra metade. Para sua sorte, ela tem uma animada amiga (Rebel Wilson) especialista na vida noturna de Nova York, que passa a ensiná-la como ser solteira.

Quanta coisa boa, não? Acho que vou falir em Fevereiro só com idas ao cinema! Mas não acabou não! Confiram mais lançamentos:


Estreia em 04 de fevereiro
- Epa! Cadê o Noé? 
- Jem e as Hologramas 
- Tirando o Atraso 

Estreia em 11 de fevereiro
- Brooklin
- Um Suburbano Sortudo 

Estreia em 18 de fevereiro
- 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi 

Estreia em 25 de fevereiro
- Amor em Sampa 
- Boa Noite, Mamãe 
- Deuses do Egito 
- Ela Volta na Quinta 
- Presságios de um Crime 

Então? O que acharam dos lançamentos? Não deixem de comentar aí embaixo, me contando quais vocês mais querem assistir!


Resumo do Mês de Janeiro/2016

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Ah, o verão. Sol, calor, praia e muitos livros. Por que Janeiro precisa acabar, mesmo? Apesar de eu ter passado grande parte do primeiro mês de 2016 preocupada com resultado de vestibular e a minha vida daqui para frente, é inegável que Janeiro foi um mês maravilhoso, com direito a muuuito descanso, viagem e bons livros. Férias é tudo de bom, não é gente?! Vamos conferir tudo o que rolou aqui no blog?

Estou lendo:

Sim, ainda estou lendo Odalisca! Acabei passando um monte de livros na frente desse a leitura ficou bem atrasada! Mas não é culpa só minha rs! A obra ainda não conseguiu me conquistar e a narrativa é bem arrastada, então acho que ainda vou demorar para terminar Odalisca... Estou quase na metade de Estrela da Manhã e estou gostando bastante. Devo terminar o livro nos próximos dias.

Próximas leituras:

Um livro de parceria e um que comprei para ler na viagem à praia (mas que acabei não lendo rs). Estou bastante ansiosa para ler as duas obras, ambas possuem capas maravilhosas e tramas intrigantes. Enquanto Bela Dormiaé uma releitura do clássico A Bela Adormecida, mas que parece ser bem fiel a trama original. E Vivian Contra o Apocalipseé um YA recheado de mistérios e intrigas quanto a um suposto arrebatamento.

Livros lidos em Janeiro:

Minha primeira leitura do ano, Elena: A Filha da Princesa me decepcionou bastante. A obra e os personagens não me convenceram e a trama é bastante clichê. Já Mentirosos foi uma leitura incrível, que me emocionou do início ao fim. Amei os personagens e sofri ao me despedir deles. O livro, além de muito cativante, é extremamente crítico. Outra obra que nos faz refletir e vale muito a pena ser lida é Fragmentados. Essa distopia inteligente e rica cativa com seus personagens profundos e complexos e também com seus questionamentos extremamente importantes para o momento em que vivemos.



Já Isla e o Final Feliz, um romance pelo o qual esperava bastante, já que amei os outros livros da autora (Anna e o Beijo Francês e Lola e o Garoto da Casa ao Lado ), infelizmente me decepcionou bastante. A obra é clichê e a protagonista bem chatinha. Um Beijo Inesquecívelé o sétimo livro da série Os Bridgertons, uma das minhas séries favoritas, e um romance de época maravilhoso. Divertido e fofo, a leitura da obra é muito gostosa. Também cortesia da Arqueiro, Confissões de Inverno foi um livro arrebatador e emocionante. Não esperava gostar tanto do livro e terminei a obra com o coração partido, mas também com um sorriso no rosto. A resenha de Confissões de Inverno sai em breve, assim como as de Fragmentados e Isla e o Final Feliz.

Filmes assistidos em Janeiro:

Em Janeiro não assisti tantos filmes quanto em Dezembro e não tive muita sorte com os poucos longas que vi.


No Limite do Amanhã - 4 de 5 estrelas
Eu não conhecia o filme, que foi uma boa surpresa encontrada na TV. Com bons efeitos e elenco, No Limite do Amanhã é uma obra de ação e ficção científica muito interessante. Apesar de eu ter me perdi no finalzinho da história, vale a pena assistir.

Os Mais Jovens - 2 de 5 estrelas
Esse era um filme que eu estava louca por assistir e pelo qual acabei me decepcionando. Os Mais Jovens mistura drama, ação e ficção científica em uma trama que tinha tudo para ser bastante crítica quanto a problemas ambientais, governos corruptos, etc., mas que acabou focando no ponto errado: a vingança e o amadurecimento de um garoto. Não sei, a obra não me conquistou e fiquei entediada já no começo do filme.

O Sétimo Filho - 1 de 5 estrelas
Estava louca para ver O Sétimo Filho, mas fiquei entediada em menos de meia hora. Elenco renomado, ambientação bacana e bons efeitos, mas roteiro clichê e sem fluidez. As atuações foram decepcionantes, até mesmo dos atores que eu gostava. O desfecho foi frustrante, tudo se resolveu muito rápido e fácil. Nem mesmo valeu a pena ter assistido.


Expresso do Amanhã - 3,5 de 5 estrelas
Boa trama inicial e bastante espaço para críticas e reflexões. Personagens cativantes e elenco bem escolhido. Contudo, o desfecho é frustante e completamente ilógico. Vale a pena assistir Expresso do Amanhã, especialmente pelas cenas de ação, se você não se importar com o final nonsense.

A 5ª Onda - 1,5 de 5 estrelas
Um dos filmes mais falados do momento! Nunca li o livro e até tinha vontade, mas achei o longa decepcionante! A 5ª Ondaé metade cópia de A Hospedeira e a outra metade cópia de qualquer filme adolescente de distopia! Apesar do longa ter um bom ritmo, o roteiro é clichê e entediante e as atuações muito fracas (fiquei bastante decepcionada com a Chloë Moretz, que é uma das minhas atrizes preferidas, mas que me entediou o filme todo)!

Sem Retorno - 5 de 5 estrelas
Um achado incrível na NetflixSem Retorno é muito bom! Apesar de ser um filme de ação, o longa consegue nos fazer refletir sobre os limites da ciência e o eterno conflito entre ela e a ética. Sem Retorno abrange também a questão do avanço tecnológico e suas consequências e do ciclo da vida-morte (do qual tentamos fugir cada vez mais), tudo isso com um elenco de primeira e uma trama de ritmo rápido e empolgante! A obra tem lá seus clichês, mas vale muito a pena assistir! Me lembrou bastante os livros Fragmentados, Reiniciados e Starters, principalmente.


Séries assistidos em Janeiro:

Eu continuo acompanhando a maioria das séries citadas no Resumo de Dezembro, por isso resolvi destacar apenas as novidades. Comecei a ver a segunda temporada de Salem, que está simplesmente deliciosa, e de Black-ish, que também sendo bem superior a primeira. Para quem gosta de bruxas à moda antiga, com poções macabras e ambições de dominar o mundo, Salem é a pedida certa! Uma boa comédia familiar, mas que consegue ser bastante crítica, os episódios de Black-ish são hilários e irresistíveis!

Como já comentei no post sobre as 7 séries mais aguardadas de 2016, Shadowhunters está dando o que falar e dividindo os fãs dos livros de Cassandra Clare. Eu só vi até o terceiro episódio, e, apesar de não ser a melhor série que já vi, estou gostando de Shadowhunters. Geralmente não sou muito de assistir reality shows, mas estou absolutamente viciada em A Grande Família do Alaska (Alaskan Bush People), que acompanha uma família bem peculiar que resolve criar uma pequena vila para si no meio do nada. É bem divertido acompanhar as aventuras da família e descobrir sobre seus valores e cultura.


Postagens do mês:
Resenhas (livros)

Desafio de Escrita

Filmes e Séries de Tv

Música

Dicas e Listas
Lançamentos

Sorteios

Outras

Estatísticas:

Confiram as estatísticas do Mademoiselle durante o mês de Janeiro/2016:
  • O blog recebeu 2.092 usuários, 2,56% a menos que o mês anterior...
  • e teve 3.883 visualizações de página, 4,10% a menos que Dezembro.
  • 1887 pessoas seguem o blog pelo Google Friend Connect (o número caiu bastante porque o Google está eliminando contas de outras redes)... 
  • 1.432 seguem pelo Twitter...
  • 396 seguem pelo Google+... 
  • 362 seguem pelo Instagram...
  • e 2.623 curtem a página do blog no Facebook.
O post mais acessado do mês foi o do Sorteio Carnaval com Livros, seguido por As 7 séries mais aguardadas de 2016, e a resenha de Janeiro com mais visitas foi a do livro A Desconhecida. A postagem que mais recebeu comentários foi sobre os 7 livros que todo jovem deve ler.

E é isso amores! Janeiro foi um bom mês e férias é a melhor coisa do mundo, sem sombra de dúvida! Mas, confesso que não estou tão triste assim por Janeiro ter acabado, porque ainda vou ter mais uns bons dias de descanso agora em Fevereiro! Espero poder fazer um monte de coisa legal aqui no blog nesse tempo restante de férias, assim como ler bastante livros!

Agora me contem, como foi o mês de vocês? Leram muita coisa boa? Deixem os seus resumos aí nos comentários! Beijos!

Resenha: Confissões de Inverno - Brendan Kiely

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A HISTÓRIA

Aidan Donovan cresceu em um mundo de luxo e hipocrisia. Diferente das outras crianças privilegiadas, que se tornaram jovens bonitos e populares, preocupados com festas e faculdades de elite, Aidan se tornou um adolescente ansioso e solitário. Com ajuda de remédios e o estoque de bebidas do pai, ele tenta ao máximo sobreviver e cumprir o papel que esperam que ele desempenhe. Seus pais sempre estiveram longe ou ocupados demais para perceber o vazio na alma que corrói o garoto e, por mais que Elena, a governanta da casa, seja como uma mãe para ele, há apenas uma pessoa com a qual Aidan pode ser verdadeiro: o padre Greg.

Um homem extrovertido e querido por todos, o padre Greg realmente escuta o que Aidan tem a lhe dizer e parece entender todas as suas angústias. Contudo, o relacionamento entre eles vai muito além de amizade e Aidan coloca em Greg o seu único motivo de existência, de felicidade. Contudo, logo após o Natal, Aidan descobre que o padre também tinha um relacionamento com outro garoto da comunidade e, assim, seu mundo desaba.


Curiosamente, a palavra abuso não é a fica na mente de Aidan após descobrir a verdade sobre o padre, e sim traição. O garoto acreditava que o que eles tinham era incrível e especial, e a decepção o destrói de dentro para fora. Mas o melhor para todos, tanto Aidan, quanto sua família e a própria igreja, é simplesmente esquecer tudo e fingir que o padre Greg jamais esteve na sua vida. Contudo, as lembranças vão e voltam na cabeça de Aidan, que percebe que, cada vez mais, é difícil ficar calado. 

Nessa mesma época, Aidan acaba se aproximando de Josie, Sophie e Mark, jovens como ele, que entendem a pressão para serem perfeitos e para fingirem ser o que não são. Entre bebedeiras às escondidas e conversas longas, Aidan percebe a importância de uma amizade verdadeira e que ele não está sozinho no mundo. O garoto começa a se sentir bem novamente e até se apaixona por Josie. Contudo, quando o país é tomado por escândalos de abusos sexuais dentro da Igreja, Aidan começa a se perder novamente e a questionar tudo, até mesmo sua decisão de manter-se em silêncio.


A LEITURA E A CRÍTICA DO LIVRO

Confissões de Invernoé a obra de estreia do autor estadunidense Brendan Kiely. Apesar de a sinopse ter me deixado bastante curiosa pelo livro, não esperava ser tão cativada do início ao fim. Os personagens e a história me arrebataram de tal maneira que li a obra de uma só vez, em apenas algumas horas. Confissões de Inverno me fez rir, chorar e refletir bastante.

Uma história sobre abuso, tanto físico quanto psicológico, a obra traz a perspectiva de uma jovem vítima, abusado não só por um padre, mas por toda uma instituição e uma cultura que acobertaram o crime. Afinal, não é só a Igreja que olha para o lado quando se trata de abusos, é todo o sistema, toda a sociedade que diz que “isso é normal” ou "um caso isolado" ou que a vítima “provocou”. Confissões de Inverno também mostra, de forma brutal, mas sensível, como é complicado para a vítima assimilar o que aconteceu a ela, o que demanda mais coragem e força do que podemos imaginar.

A obra também aborda questões como fanatismo e fé, sexualidade, amizade, relações familiares e amorosas, além do abuso de álcool e outras substâncias pelos jovens, assim como as atormentantes pressões sociais que, todos os dias, os levam a fazer escolhas erradas ou sofrer em silêncio. Confissões de Inverno questiona as muitas hipocrisias da sociedade e a nossa triste realidade de “usar máscaras” (como Aidan bem diz), de fingir ser o que não somos. Nesse sentido, gostei bastante e me identifiquei com os questionamentos do protagonista, principalmente quando ele reflete sobre o porque de todos, diferente dele, aparentarem não possuir dores, mágoas e fragilidades. Eu sempre me perguntei bastante porque temos essa mania, na minha opinião ridícula, de tentar esconder as nossas tristezas e imperfeições, afinal elas fazem parte da vida.


A NARRATIVA E A TRAMA

A escrita de Kiely é muito boa. O autor conseguiu colocar a personalidade do Aidan na sua narrativa em primeira pessoa, o que deixou o texto gostoso de ler, com boas pitadas de sarcasmo, mas uma sensibilidade incrível. A leitura de Confissões de Invernoé viciante e instigante, não conseguimos abandonar as páginas sem continuar pensando nos personagens e no que aconteceria a seguir. 

A trama do livro foi muito bem construída e o final é abrupto, mas, ao mesmo tempo frustrante e perfeito. Apesar de ter continuado apegada aos personagens e louca por mais e mais páginas, senti que o encerramento da história não poderia ser outro e, mesmo que tenha doído me despedir do livro, terminei a obra com um sorriso no rosto e o coração aquecido.


OS PERSONAGENS

Em Confissões de Inverno, acompanhamos Aidan no longo e sofrido caminho entre aceitação (onde ele percebe que não foi sua culpa e que sofreu sim uma violência) e a denúncia. Mas, apesar de viver um momento tão delicado, o personagem consegue nos fazer sorrir e nos apegar bastante a ele. Questionador, sarcástico e muito, muito forte, me identifiquei bastante com o protagonista, que me provocou um mundo de sentimentos. 

No início, me intriguei com sua estranha relação com o padre Greg e depois odiei a atitude de Aidan em tentar esquecer tudo, mas me compadeci com a dor do personagem e torci para que ele encontrasse o seu caminho. Fiquei feliz por ele ter feito amizades, descoberto o amor e, até mesmo, sua força interior – é revigorante ver Aidan amadurecer ao longo de Confissões de Inverno

Os outros personagens da trama também perseguem suas próprias histórias e todos são bem construídos e nos provocam diversos sentimentos. Dos secundários, meu favorito foi Mark, que de início imaginamos ser apenas um mauricinho irritante, mas que acaba se mostrando um jovem tão profundo quanto Aidan e que ajuda o protagonista, direta e indiretamente, a descobrir sua força. 


A EDIÇÃO

A tradução e a diagramação de Confissões de Inverno estão boas e sem erros. Apesar de ter achado o tamanho da letra um pouco pequeno, as páginas amareladas ajudaram a deixar a leitura confortável. A capa não é feia, mas também não é bonita. E por mais que o branco gelado e o cinza sejam cores que combinem com a história, gostaria que o livro tivesse uma capa mais chamativa e jovial.

Capas do livro ao redor do mundo.

CONCLUSÕES FINAIS

Brutal, arrebatador e profundo, Confissões de Invernoé uma obra rica e muito cativante, que consegue abordar temas complicados de forma singela e até mesmo bela. Cheio de altos e baixos, esse é um livro instigante que nos deixa vidrados na leitura e apegados aos personagens. Confissões de Inverno foi uma leitura maravilhosa e marcante, que quero repetir em breve e jamais esquecer. Estou ansiosa para ler mais obras de Brendan Kiely, que definitivamente consegue criar tramas únicas e relevantes.

Os vários questionamentos de Confissões de Inverno tornam a leitura indispensável e importante. Para quem consegue aquentar uma obra com temas tão profundos e polêmicos, esse livro é mais que necessário. Confissões de Inverno me lembrou bastante As Vantagens de Ser Invisível, um dos meus livros favoritos, e que traz questionamentos e abordagem similares. Ambos estão mais que recomendados.

Título: Confissões de Inverno
Título original: The Gospel of Winter
Autor: Brendan Kiely
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414639
Ano: 2015
Páginas: 224
*Esse livro foi uma cortesia da Editora Arqueiro

Leia também:

Lançamentos de Fevereiro/2016: Selo Jovem

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E Fevereiro já chegou com novidades incríveis! Vamos conhecer os lançamentos da Editora Selo Jovem?

 A Escolha de Eron - Ademilson Chaves
Eron é um advogado em busca de trabalho e deseja apenas ter uma vida confortável com sua família. Em uma tarde chuvosa, quando retorna para casa com suas duas filhas, é obrigado a parar o carro na estrada deserta após se envolver em um acidente, ao descer do carro se depara com um homem armado que o obriga a escolher uma das meninas a ser raptada. Eron se vê diante de uma escolha que mudará para sempre sua vida. Após esse evento ele e a polícia passam a procurar pelo paradeiro da filha, descobre com muita dor que não há vestígios e nem sinal do homem que a levou.
Com a vida totalmente arruinada, doze anos depois, Eron conhece uma garota na rua que desperta nele uma nova vontade de viver e por quem se apaixona perdidamente, mas novamente se depara com um grande conflito, aquela poderia ser sua filha sequestrada. Inicia então uma busca implacável onde pistas e segredos do passado vão sendo desvendados e ele descobre que seu grande amigo de infância pode estar por trás do desaparecimento da sua menina. Uma história envolvente, uma trama de tirar o fôlego, um romance proibido, uma paixão avassaladora e um crime hediondo prenderão o leitor da primeira a última página.
O Portal de Oriun - Os filhos de Egoz - Aldemir Alves
O fim dos tempos é anunciado, o Ragnarök enfim teve início, o céu escurece e as estrelas sucumbem contra os planetas que são consumidos pela destruição. A fúria dos mares consome a vida na terra e os seres humanos são extintos. O Ragnarök destrói Alfheim que é engolida pelo Érebo, o equilíbrio entre os mundos é abalado. A árvore da vida, Yggdrasil, sucumbe em cinzas.
Mas outros deuses sobreviveram das ruínas da batalha, um novo sol ressurgiu no céu, e Zeus (o deus grego), o pai dos homens, trouxe vida a uma nova terra que se ergueu entre os mares. Arin e Cesar, os dois únicos humanos sobreviventes, que se esconderam sob as raízes de Yggdrasil, a árvore que sustentava os nove mundos, repovoarão o mundo. Agora livre de seus males, finalmente houve um tempo de harmonia entre deuses e homens.
A paz não duraria para sempre, pois se existe o bem também existe a possibilidade do ressurgimento do caos, o bem e o mal são forças fadadas a lutar pelo resto da existência divina. Um novo tirano se ergue entre as trevas, e com ele à sede pelo poder a qualquer preço. Alianças foram abaladas, vidas sacrificadas, batalhas travadas, a supremacia benéfica deixou de existir. A ganância de Zarc se alastrou infinitamente e até mesmo as crianças eram obrigadas a integrar os seus exércitos. A terceira parte de Orion havia sido devastada completamente. Mas após quinze anos de tormenta, a esperança ressurge novamente – renasce junto aos filhos de Egoz
Saiba mais e compre os livros: A Escolha de Eron e O Portal de Oriun - Os filhos de Egoz

Os Caminhos do Véu - A maldição de Baltazar - Dafne Dias e V. G. Waldelm 
Todas as opções haviam sido testadas: Amuletos de proteção, feitiços, exércitos, mudanças de identidades... Nada funcionou. Os séculos se passaram, mas a luta de Baltazar Zarco contra a família Cyrino parece interminável.Após ser perseguida por dezessete anos, Ágata Cyrino é uma sobrevivente a carregar o fardo da maldição de sua família. Mas cansada, quer lutar de igual para igual contra seu inimigo. Não quer mais ser uma caça, e sim, a caçadora.
Em seu caminho Ágata fizera algumas alianças que lhe poderiam ser uteis no futuro, mas acima de qualquer outra, uma nova que mudaria o rumo de sua vida ao chegar a pequena cidade de Grande Oliveira: Scott Reidel, um garoto que como ela, tem habilidades sobre-humanas. Em sua busca para desvendar os segredos do mundo sobrenatural por ele pouco conhecido, Scott se vê preso em uma batalha maior que qualquer uma que jamais esperara ter de enfrentar. Juntos, tendo suas famílias e amigos em perigo, Ágata e Scott partem em um último golpe desesperado para derrotar o assassino imortal.
Garota Labirinto - Frederico Lima
Talvez não exista um labirinto mais difícil de percorrer do que aquele que existe dentro de nós mesmos. Sentimentos e mais sentimentos dentro de um coração que tenta, a todo custo, encontrar um sentido para tudo, mas que, quase sempre, não consegue. Por que amar dói tanto? Por que o destino fica brincando com os nossos sentimentos? Por que o cara “perfeito” demora tanto a chegar? Por que a gente não consegue ser totalmente feliz estando só? Por que a gente tenta, a todo custo, parecer forte, inabalável, inquebrável, se não somos nada disso? Por que encontrar o amor da nossa vida não significa, necessariamente, encontrar a felicidade? Se dói tanto, por que insistimos na dor? Estava na hora de alguém responder essas e outras perguntas mas, pelo mais incrível que pareça, será você mesma que responderá grande parte delas ao caminhar pelo labirinto das personagens deste livro. Garotas/mulheres que, às vezes, não conseguem entender seus próprios sentimentos, mas que não têm medo de buscar as respostas. Talvez você não encontre a saída (as respostas), mas, com certeza, irá aprender a percorrer o caminho do seu próprio labirinto.

Conheça os livros de Mallerey Cálgara

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Alô, alô amantes de livros!

Há alguns anos, no blog, tínhamos uma coluna chamada Perfil de Autor que, como o nome bem indica, trazia um perfil de um escritor, com um pouco da história dele, seus links nas redes sociais e, claro, todas as informações sobre os seus livros! E hoje venho trazer algo parecido, então não deixem de comentar se gostam ou não desse tipo de post, pois, caso gostem, posso trazer o "perfil" de muitos outros autores, tantos nacionais quanto interacionais!

E vamos conhecer a nossa escritora de hoje, a mineira Mallerey Cálgara, autora de seis obras?

Um pouco sobre Mallerey Cálgara:

"Nasci no interior de Minas Gerais, Carmo do Cajuru, sob o signo de Aquário. Aos quatro anos mudei-me para Belo Horizonte,onde moro até hoje. Sou leitora voraz desde os cinco anos quando aprendi a ler com uma de minhas irmãs. Por volta dos meus nove anos, meu livro de paixão era O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry ,que considero ter marcado minha vida. Cursei a faculdade de psicologia e acrescentei em minha lista escritores consagrados como Dante, Sartre, Freud, dentre outros. Trabalhei na aviação alguns anos como comissária de bordo. Participo de projetos ligados a proteção de animais e mantenho em minha residência um abrigo para cães e gatos com minha filha. Sou possuidora de grande imaginação e fui incentivada por minha família a colocar no papel minhas ideias, de onde nasceram as obras de ficção Beco da Ilusão, O Segredo da Caveira de Cristal e Anjo Negro, sendo este último minha primeira publicação."


Livros e contos:

A Mallerey Cálgara é autora de 3 livros e 3 contos, todos disponíveis na Amazon! Inclusive, suas obras estão com um super desconto, algumas gratuitas pelo Kindle Unlimited ou apenas R$1,99 para compra! Não deixem de conferir essa super promoção aqui! E vamos conhecer os seus livros?

Anjo Negro
Até aonde você iria para salvar a pessoa que você ama? Até que ponto sacrificaria a si mesmo e tudo pelo qual lutou e acreditou? O que para muitos parecia ser o fim, para Darian era apenas o início. Filho de um Anjo que se apaixonou e se envolveu com um humano e, após ser transformada em mortal, cometeu suicídio.Com a passagem livre entre os dois mundos, Darian recebe uma proposta do Arcanjo Miguel de recolher dez mil almas que querem ser salvas e colocá-las em uma caixa angelical. Ele vê nesta proposta um meio de amenizar o sofrimento de sua mãe, que se encontra no vale dos suicidas. Contando com a ajuda de seu Anjo da guarda, Hadji, Darian parte em uma jornada de aprendizagem, mas com grandes conflitos e indecisões. Porém, não só apenas os Anjos do bem o observavam, e uma nova proposta de maior peso lhe foi feita por Iblis, o senhor dos infernos: “—... Apenas dez mil almas simples, comuns, por uma especial; uma troca justa.” Cabendo somente a Darian tomar a decisão de não lhe entregar a caixa... Ou de salvar sua mãe e se tornar um Anjo Negro.
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Beco da Ilusão
Meu nome é Sarah Wainness, mas este nem sempre foi o meu nome. É apenas mais um, entre tantos que já tive. Minha infância foi feliz e simples, como de qualquer criança da minha idade e do meu bairro em Karnobat, Bulgária.  Éramos uma família de cinco irmãos, incluindo eu. Papai, um homem muito bom, enérgico e religioso, frequentava a sinagoga, enquanto mamãe trabalhava em casa, cuidando de tudo e de todos nós. Após recebermos uma herança de um tio falecido que morava em Berlim, mudamos para lá e, ao chegar, deparei-me com uma realidade totalmente diferente da que eu conhecia.
Passei a ter vários sonhos, após meu primeiro contato com a cidade. Um deles, tive que manter em segredo, que era ser bailarina. Sempre pegava as roupas da mamãe escondida e ficava rodopiando no fundo do quintal, vendo tud.o ao meu redor mudar e, assim, mantinha-me feliz, até o dia que uma visão que tive desmoronou meus sonhos e mudou completamente a minha vida; os nazistas invadiram nossa casa e fui levada para um lugar de prostituição. Meu nome é Sarah Wainness, e já morei no “Beco da Ilusão”
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O Segredo da Caveira de Cristal
Os habitantes de Heilland, cansados de décadas de guerra e fome, depositaram todas as suas esperanças no Rei Alphonsus, que governava com justiça e bondade. As esperanças cresceram com a notícia de que a Rainha Arápia estava grávida de gêmeos, embora muitos, no castelo, assegurassem que uma nova guerra estava sendo travada no ventre da soberana. Os gêmeos nasceram e, com o passar do tempo, Heilland compreendeu que havia um novo inimigo, ainda mais implacável: o sombrio futuro Rei. Dor, ódio, sangue, traição, passaram a fazer parte da rotina do castelo, restando ao mago Mongho e à futura Rainha Driadh a perigosa busca por respostas! Embarque nessa aventura cheia de mistérios e lutas pelo poder.
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Bem legal os livros da Cálgara, não? Eu adorei a capa de Anjo Negro e estou curiosa para ler Beco da Ilusão, que será resenhado em breve no blog! Me falem aí nos comentários o que acharam do post e das obras! Beijinhos!

Sorteio: Estrela da Manhã

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Quem aí curte terror? Postei hoje mesmo a resenha de Estrela da Manhã, de André Vianco, que conta a história de um menino que compra, pela internet, um fantasma para protegê-lo, mas que acaba causando muita confusão! 7 dias, 7 nomes, 7 mortes! Será que você tem coragem para encarar essa história? 

Se você não tem medo de fantasmas, participe do nosso sorteio e concorra ao livro! A promoção acaba dia 26/02! Boa sorte!

Regras:
  • Preencher o formulário abaixo (a primeira entrada é livre);
  • Ter endereço de entrega no Brasil.
Considerações:
  • Serão aceitas entradas até 23:59 do dia 26/02/16. O sorteio será realizado pelo Rafflecopter.
  • O ganhador terá até 07 dias úteis para responder o e-mail que lhe será enviado. Caso isso não ocorra, perderá o direito ao prêmio e um novo sorteio será realizado.
  • O blog tem até 45 dias para realizar o envio do prêmio.
  • O blog não se responsabiliza por extravio do prêmio.
  • Perfis exclusivos de promoção, se sorteados, serão desclassificados.

Resenha: Estrela da Manhã - André Vianco

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A HISTÓRIA

A vida de Rafael nunca mais foi a mesma desde a morte do seu pai. Depois de perder seu maior exemplo e amigo, o jovem de 11 anos passou a sofrer diariamente, especialmente nas mãos do colega Fábio, apelidado de Maguila. Além de sofrer bullying na escola, Rafael ainda pena bastante em casa e, na maioria do tempo, ou é ignorado pela mãe e o irmão mais velho, ou leva bronca ou cascudo de um dos dois.

Rafael só encontra descanso e diversão em sua melhor amiga Renata, a única colega de escola que o trata bem e que sempre o defende. Os dois também se divertem bastante assistindo seriados de TV e conversando pelo celular. E é justamente no seu smartphone que Rafael encontra a solução para seus problemas. Cansado de apanhar na escola e de ser ignorado em casa, o garoto começa a pesquisar sobre ocultismo e tentar entrar em contato com o espírito do pai. Contanto, é outro “ser” quem atende o seu chamado e, nisso, Rafael descobre o aplicativo Pé na Tumba.


O misterioso aplicativo Pé na Tumba oferece serviços de fantasmas para resolver todos os seus problemas. Entre as opções, Rafael escolhe Estrela da Manhã, um fantasma sinistro e poderoso, que o protegerá durante sete dias contra sete inimigos. Assim, o menino invoca o fantasma e o dá uma lista com os seis nomes daqueles que mais o perturbam. Além de Maguila, Rafael também dá o nome de sua mãe e do seu irmão, assim como da mãe de Maguila, de uma professora do colégio e da diretora – todas culpadas de proteger o outro menino e fingirem que Rafael não sofre bullying. 

As pertubações na escola e em casa continuam, mas logo Estrela da Manhã começa a agir em benefício do seu novo mestre. Contudo, quando a diretora do colégio morre e forma trágica e misteriosa, Rafael começa a perceber que, talvez, tenha feito algo muito, muito errado e que a máxima “cuidado com o que deseja” nunca foi tão verdadeira. O menino descobre que, na verdade, Estrela da Manhã é um demônio e que protegê-lo dos seus inimigos significa que ele matará todos cujos nomes constam na lista que Rafael o deu. Agora, o garoto tem apenas seis dias para impedir as outras mortes, inclusive a de sua família. Mas será que o Rafael será forte o suficiente para lutar contra o sobrenatural?


EXPECTATIVAS PARA A OBRA E A LEITURA

Eu estava ansiosa para ler Estrela da Manhã de André Vianco, consagrado autor brasileiro de terror e fantasia. Apesar de ter me decepcionado bastante com sua série O Turno da Noite (nem cheguei a terminar de ler o segundo livro, Revelações), ver o nome do Vianco na capa de um livro já é o suficiente para despertar a minha curiosidade. Contudo, Estrela da Manhã não foi tudo o que eu esperava. 

Apesar da história fluir em um bom ritmo e a leitura ter sido rápida, a obra me desagradou em vários aspectos. Por ter tantas expectativas, a decepção acabou sendo ainda maior, o suficiente para perder a vontade de ler outros livros do autor.

A TRAMA E OS PERSONAGENS

O início da trama de Estrela da Manhãé bem interessante, mas o desenvolvimento da história foi previsível. O começo da obra é até carregado de uma tensão gostosa, que nos instiga a continuar lendo. Contudo, lá pela metade de Estrela da Manhã, o suspense do livro já havia se dissipado por completo, eu já conseguia previr o que viria a seguir e estava me chateando com tudo. 

Além de não dar medo ou mesmo não ter conseguido manter a tensão que demanda esse tipo de história, a obra teve alguns acontecimentos absurdos e sem sentido, que não consegui engolir de maneira alguma. O pior, para mim, foi quando a polícia resolve ajudar o Rafael a impedir o Estrela da Manhã, algo que não se encaixou de maneira alguma na trama e fez a obra ganhar um teor fantasioso típico de obras juvenis e amadoras.


Eu amo histórias de fantasmas e demônios, mas o vilão, o próprio Estrela da Manhã que dá nome ao livro, não conseguiu me cativar. Aconteceu o mesmo com todos os outros personagens, nenhum deles conseguiu se destacar ou mesmo fugir de uma personalidade ou comportamento clichê. Contudo, eles até que conseguiram amadurecer ao longo da trama, o que os fez soar um pouco mais cativantes.

Apesar de ter simpatizado com o sofrimento do Rafael no início, o protagonista soou irreal demais e forçado, suas atitudes e pensamentos não cabiam dentro da pouca idade. Sério, não teve sentido um menino de apenas onze anos, mesmo com acesso livre a internet, saber tanto sobre ocultismo. Em alguns momentos, o autor até tentou mostrar um lado imaturo e inocente do garoto, mas isso acabou deixando Rafael ainda mais incoerente. 

O DESFECHO E A ESCRITA DO AUTOR

O desenvolvimento da trama não me agradou e deixou muitos buracos essenciais para que a história fosse mais convincente. Contudo, curiosamente, apesar de grande parte de Estrela da Manhã ter sido previsível, o final realmente me surpreendeu. O desfecho foi muito bom, carregado de tensão e emoção necessárias. Se Vianco tivesse desenvolvido melhor o restante da obra, com certeza Estrela da Manhã teria ganhado mais pontos comigo.

A narrativa do autor é bem elaborada e consegue fazer com que o leitor sinta os ambientes e emoções descritos, mas a linguagem é simples e traz um “jeitinho brasileiro”, com falas de personagens que imitam bem o nosso falar. Apesar de, particularmente, preferir escritas mais formais ou poéticas, até que simpatizei com o estilo de escrever do autor, que se aproxima bastante da realidade do leitor. O livro é descrito predominantemente em terceira pessoa e, na maior parte do tempo, acompanha Rafael. Entretanto, gostei que, em alguns momentos, Vianco tenha trago o ponto de vista de outros personagens, até mesmo o Estrela da Manhã.


A CRÍTICA

Apesar de ser uma obra de terror e fantasia, Estrela da Manhã consegue transmitir algumas lições bem reais. Achei interessante e até mesmo inovador que Vianco tenha trago um demônio invocado através de um smartphone – foi uma maneira diferente e criativa de mostrar o quanto a tecnologia pode disseminar tanto o bem quanto o mal. Nesse sentido, foi legal o protagonista ser tão jovem, assim também fica o alerta de que devemos ter cuidado e limitar o acesso dos pequenos à internet. E para quem acha que a solução de todos os seus problemas está na internet, como o Rafael pensou, Estrela da Manhã ainda deixa dois alertas importantes: cuidado com o que você deseja e nunca, nunca baixem um aplicativo estranho ou comprem um fantasma online!

A EDIÇÃO

A diagramação de Estrela da Manhã é simples, mas boa. Um detalhe diferente, mas que adorei, foram as orelhas maiores que o comum. Infelizmente, encontrei alguns erros no texto durante a leitura, mas nada que atrapalhasse o entendimento. Eu adoro a capa de Estrela da Manhã, ela é sombria, mas ao mesmo tempo chamativa e combina perfeitamente com a história. 


CONCLUSÕES FINAIS

A Estrela da Manhã não é um livro ruim, mas não chegou nem perto de cumprir as minhas expectativas. Com um desenvolvimento previsível e personagens pouco cativantes, a leitura, mesmo que rápida e com pitadas críticas, não me agradou por completo. Apesar do final bacana, carregado de emoção e tensão, senti falta de mais suspense e tensão ao longo da história. 

Para quem gosta de histórias de terror, mas sem muitos sustos e aguenta algumas cenas de mortes bem descritas, Estrela da Manhãé uma boa pedida. Mas, para fãs do gênero mais exigentes, como eu, que precisam de uma trama surpreendente e consistente, o melhor é ler a obra sem muitas expectativas.

QUOTE FAVORITO

“- Eu não quero que a mate, Estrela da Manhã.
- (…) Tarde demais para isso. Sete dias, sete nomes, sete mortes! Eu levarei todos os seus desafetos, todos aqueles que te atormentam, Rafael.” Pág. 92 

Título: Estrela da Manhã
Autor: André Vianco
Editora: Giz Editorial
Selo: Calíope
ISBN: 9788578552626
Ano: 2015
Páginas: 280
*Esse livro foi uma cortesia da Giz Editorial


Leia também:

PARTICIPE DO SORTEIO DO LIVRO:

Lançamentos de Fevereiro/2016: Sextante

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Vamos falar de lançamentos de livros? Já comentei as novidades de Fevereiro da Arqueiro e agora vamos conhecer as da Editora Sextante:

A DIVINA SABEDORIA DOS MESTRES - Brian Weiss (leia um trecho aqui)
Neste livro, Dr. Brian Weiss descreve a sabedoria espiritual e nossa jornada desde antes do nascimento até a morte e depois dela. O que pode nos ajudar e o que pode nos atrapalhar. O que pode nos abrir portas e o que pode fechá-las. O que ele aprendeu em seus reencontros com os Mestres. O maior objetivo de nossas vidas é atingir o conhecimento íntimo de que somos almas imortais, trazidas a esta grande escola chamada Terra para aprender lições sobre amor, compaixão, paciência, equilíbrio e harmonia, não violência, fé e confiança, relações amorosas e assim por diante. O aprendizado dessas lições é a única esperança para a humanidade.
Essa não é uma tarefa fácil. Tornar-se iluminado e feliz requer um trabalho árduo. A compreensão plena é um processo contínuo e gradual, uma corrente, um fluxo que não se interrompe mesmo com a morte do corpo físico. No entanto, se você ler este livro com cuidado, com a mente aberta e com generosidade no coração, estará caminhando na direção da verdade e do amor.
DIÁRIO DE UM ZUMBI DO MINECRAFT 5 - Herobrine Books (leia um trecho aqui)
São as últimas semanas antes das férias... e o nosso amigo zumbi mal pode esperar! Falta pouco para as férias. Chega de Escola Monstro! Chega de professores e livros! Serão semanas e semanas só jogando videogame, comendo bolo e aprontando todas com Steve, Esquely, Slimey e Creepy. Bem, essa era a ideia do zumbi, até ele descobrir que seus pais tinham outra coisa em mente... Agora tudo o que pode fazer é pedir ajuda a seus amigos mobs. Juntos, eles vão inventar os planos mais loucos, assustadores e divertidos para fugir desse “terrível destino”. NESTE VOLUME, DESCUBRA O VERDADEIRO NOME DO ZUMBI!
ELIMINANDO O ESTRESSE - Brian Weiss (leia um trecho aqui)
Neste livro, Dr. Brian Weiss utiliza toda a sua experiência como médico e psiquiatra para oferecer ajuda às pessoas que sofrem os efeitos físicos e psicológicos do estresse. De forma clara e acessível, ele explica como o estresse se instala em nossa vida e apresenta as últimas descobertas da ciência sobre um dos grandes males do século XXI.  Aliando o conhecimento e as técnicas da medicina convencional aos princípios holísticos da medicina alternativa, o autor nos ensina a cuidar do corpo e da alma de forma conjunta para promovermos uma mudança profunda em nossa saúde. Simples, informativo e extremamente útil, este livro mostra o que devemos fazer para evitar que a tensão e a ansiedade atrapalhem nossas atividades cotidianas e como agir para eliminar o estresse quando ele já se tornou constante em nosso dia a dia. Além disso, o CD que o acompanha apresenta uma poderosa técnica de relaxamento que nos ajuda a atingir um estado de equilíbrio entre a mente, o corpo e o mundo à nossa volta.

MINHA VIDA ANTICÂNCER - Dra. Odile Fernández Martínez (leia um trecho aqui)
Depois de receber o diagnóstico de um câncer em estágio avançado, a Dra. Odile Fernández Martínez se debruçou sobre centenas de estudos científicos para entender o que é essa doença, como ela se desenvolve e, o mais importante, como é possível preveni-la ou reverter sua evolução.  Ela usou o conhecimento a seu favor e conseguiu obter a cura. Agora quer compartilhar tudo o que aprendeu no livro Minha vida anticâncer. Em uma linguagem acessível, a Dra. Odile não só relata a experiência de ter superado um dos tipos mais agressivos de câncer, como também ensina os métodos que ela mesma utilizou para vencer essa batalha. E ainda mostra de que forma nossas escolhas diárias podem influenciar diretamente o surgimento e a evolução desse mal que desafia médicos, pacientes e familiares todos os dias. 


Não deixem de comentar aí embaixo quais lançamentos que mais chamaram a atenção de vocês!


Lançamentos de Fevereiro/2016: Arqueiro

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E Fevereiro está com muitas novidades boas! Já falei dos lançamentos da Editora Sextante e agora vamos conhecer os lançamentos literários da Editora Arqueiro:

Clique nas capas para acessar a página no Skoob de cada livro

VOLTA PARA MIM - Mila Gray (leia um trecho aqui)
Kit Ryan está de volta à sua amada Califórnia, de folga do serviço militar. Conquistador inveterado, ele só quer aproveitar as quatro semanas livres antes de retornar ao trabalho, mas se vê atraído pela irmã de Riley, seu melhor amigo. Há tempos Jessa Kingsley chama sua atenção, porém a família superprotetora dela sempre foi um obstáculo. Desta vez, contudo, Kit desiste de lutar contra os próprios sentimentos e logo Jessa se rende ao seu charme. O que começa apenas como um romance de verão rapidamente se torna um relacionamento apaixonado.
Quando chega a hora de Kit voltar ao serviço com Riley, nem ele nem Jessa estão prontos para se despedir. Ela enfim está seguindo os seus sonhos e ele descobriu alguém por quem sacrificaria tudo. Jessa promete esperá-lo e Kit garante que voltará para ela. Não importa o que aconteça. Mas então uma visita inesperada traz uma notícia trágica: uma das pessoas que ela mais ama morreu em serviço. Quem terá sido? Seu irmão ou seu namorado? Em Volta para mim, Mila Gray constrói uma história de tirar o fôlego sobre amor, amizade e família, conduzindo o leitor por uma jornada de superação e autodescoberta.
ERA UMA VEZ NO OUTONO - Lisa Kleypas (leia um trecho aqui)
A jovem e obstinada Lillian Bowman sai dos Estados Unidos em busca de um marido da aristocracia londrina. Contudo nenhum homem parece capaz de fazê-la perder a cabeça. Exceto, talvez, Marcus Marsden, o arrogante lorde Westcliff, que ela despreza mais do que a qualquer outra pessoa. Marcus é o típico britânico reservado e controlado. Mas algo na audaciosa Lillian faz com que ele saia de si. Os dois simplesmente não conseguem parar de brigar. Então, numa tarde de outono, um encontro inesperado faz Lillian perceber que, sob a fachada de austeridade, há o homem apaixonado com que sempre sonhou. Mas será que um conde vai desafiar as convenções sociais a ponto de propor casamento a uma moça tão inapropriada?

O LEÃO FERIDO - Mia Sheridan (leia um trecho aqui)
Leo se apaixonou por Evie quando os dois ainda eram crianças, no lar adotivo temporário em que viviam. No futuro difícil que parecia guardado para ele, a única certeza de seu coração era que nada jamais o afastaria daquela garota. Mas, na adolescência, ele foi adotado e teve que se mudar para outra cidade. Durante oito anos eles ficaram afastados contra a vontade e, nesse tempo, Leo precisou superar muitos obstáculos – sobretudo os problemas criados pela mãe adotiva – para se tornar o homem que merecesse Evie e pudesse finalmente buscá-la. O reencontro, porém, não foi fácil e Leo teve que se esforçar para se reaproximar de Evie, reconquistar seu amor e, com sua ajuda, deixar para trás toda a tristeza de uma infância de abandono. Em O coração do leão, Evie narrou seu lado desse romance. Agora, em O leão ferido, é a vez de Leo contar tudo o que lhe aconteceu e revelar o desfecho dessa história de amor.
A GAROTA SEM PASSADO - Michael Kardos (leia um trecho aqui)
Num domingo de setembro de 1991, Ramsey Miller deu uma festa em casa para os vizinhos. Depois, assassinou a esposa e a filha de 3 anos. Todo mundo na pacata cidade de Silver Bay conhece a história. Só que todos estão errados. A menina escapou. Sob o nome falso de Melanie Denison, ela passou os últimos quinze anos escondida com os tios numa cidadezinha remota. Nunca pôde viajar, ir a uma festa na escola ou ter internet em casa, porque Ramsey jamais foi encontrado e poderia ir atrás dela a qualquer momento. Mas, apesar das rígidas regras de segurança impostas pelos tios, Melanie se envolve com um jovem professor da escola local e engravida. Ela decide que seu filho não terá a mesma vida clandestina que ela e, para isso, volta a Silver Bay para fazer o que nem os investigadores locais, nem a polícia federal, nem o FBI conseguiram: encontrar seu pai antes que ele a encontre.

Quantas lançamentos bons, não é mesmo? Eu estou louca por ERA UMA VEZ NO OUTONO e amei a capa de VOLTA PARA MIM! Não deixem de comentar aí embaixo quais as novidades que mais chamaram a atenção de vocês!

Ah, conheçam também alguns dos próximos lançamentos da Arqueiro:


Desafio de Escrita: Afogada em lágrimas geladas

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Elas escorriam pelo meu rosto. Impedidas, ingratas. Deixam o seu rastro molhado pela minha pele, uma trilha de dor líquida. Meus olhos transbordam como oceanos e, pelos céus, sinto que vou afogar. Toda a minha face está estranhamente sensível e a sinto, inchada, machucada, socada pela vida e deixada para morrer.

Minha cabeça está mergulhada na água, na dor. O líquido acaricia os meus nervos carentes e, por um momento, penso que são suas mãos. Penso que seus dedos me percorrem novamente e não preciso mais me preocupar. Não preciso chorar. Não preciso perder-me na minha própria dor. Mas aí as sinto. Pingando dos meus olhos cegos, escorrendo, pesadas como chumbos, geladas como a minha alma, cavando um buraco negro, a ferro e a fogo, pelo meu ser.

Me sinto queimando, mas queimando gelado, como quando a neve e o vento frio do Ártico toca a pele nua. Agonizo. Sofro. Pelas lágrimas e pelas memórias perdidas. Lembro-me que a dois segundo atrás pensei que você ainda estivesse aqui. Até onde sei, você poderia nunca ter existido. Não, eu que nunca existi para você. Você existiu para mim, demais até, a ponto de largar-me sangrando e inválida e inexata e dolorida. E sozinha. Muito sozinha. Sempre sozinha. Mesmo quando estava com você.

Como pude não ver? Quando meus olhos não estavam embaçados pelas lágrimas, quando a minha alma não escorria para fora de mim, líquida em gotas salgadas, como não pude ver? Como não pude vê-lo como era? Uma sombra no meu mundo escuro, um fantasma no meu recanto dos mortos. Como não pude ver que você era alma passageira, hóspede apressado, em meu coração? 

Imagino que eu não quis ver. Imagino que, por não haver as lágrimas para me cegar, anuviei minha vista com esperança. Com sonhos. Com burrice. Com esperança de não haver mais lágrimas. Mas, se nasci chorando, como posso esperar deixar essa vida ou ao menos vivê-la em outra coisa que não lamúria? Como esperar não chorar todas as noites, não afogar-me em lágrimas? Como posso esperar não ser sozinha?

Vim inocente a esse mundo pútrido, mas solitária, e hei de deixá-lo da mesma maneira. De trilhar um caminho bastante semelhante. Uma jornada de autopiedade e lágrimas. Parece bacana. Uma guerreira vencida, esse é o significado do meu nome. Uma garota com a pele em vários tons de roxo, azul e verde. Essa é minha aparência, depois de levar todos esses golpes da vida.


Lágrimas, lágrimas. Quando hão de cessar? Estou cansada de chorar, mas não sinto como se pudesse fazer outra coisa agora. Meu coração está partido, espalhado pelo chão como cacos de um espelho quebrado. E piso sobre eles. Cada pedaço diminuto e destruído do meu coração. Piso sobre eles, banho-os com as minhas lágrimas. Não há porque recolher os pedaços agora. Não há porque tentar me reconstruir. Prefiro jogá-los no lixo e deixar algum pobre empregado da empresa de limpeza pública levá-los para longe, junto com tudo mais o que descartei da minha vida: cascas de verduras, a embalagem de um perfume, um par de meias furadas, esperanças inúteis, amores em vão, sonhos esquecidos.

As lágrimas me abandonam, mas a dor permanece. Agora sou o mar morto, acabado e esquecido. Sem navios. Fechado para visitas. O fluxo para, o rosto seca. As lágrimas não caem. Mas a vida ainda há de escorrer para fora de mim. O meu curto tempo de visita na eternidade se esgota, a cada momento mais, a cada momento me sinto menos. Viver para sempre não é ficar nesse tormento terreno para sempre. Viver para sempre é amar. E tudo é eterno enquanto dura. 

E, quando o amor acaba, voltamos a morrer aos poucos, até que amamos novamente e, por alguns segundos, uma troca de olhares ou cinquenta anos de casados, consigamos, mais uma vez, provar a eternidade que há nos lábios de outro alguém. Provar o éter do universo em dar o seu corpo, a sua alma a quem não lhe pertence e há de te abandonar. Mas por um momento de eternidade, por um momento sem lágrimas, eu daria todas as outras gotas do meu corpo – sejam de água salgada ou de sangue. 


Esse texto faz parte do projeto Desafio de Escrita: 25 coisas sobre as quais escrever em 25 semanas, referente ao nº 15 da lista - Lágrimas escorrem do seu rosto e você sente que irá afogar

Papo de Escritor: como começar a escrever um livro

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Olá leitores curiosos e aspirantes a escritores!

Eu sou o Luiz, autor dos livros Máscara - A vida não é um jogo e O Sol Perdido e após, o convite da querida Ana Luiza (muuuito obrigado!), hoje venho conversar um pouco com vocês sobre algo que geralmente é uma grande alegria e uma enorme complicação na vida dos escritores: processo de criação. Sempre é muito difícil partir do zero, independente de você ter anos de experiência ou está iniciando agora. Dar o pontapé inicial em algo - em um livro, no caso -, requer ousadia e, porque não, planejamento.

QUERO ESCREVER UM LIVRO – POR ONDE COMEÇAR?

Para mim, foi bem difícil começar a escrever. Eu não tinha coragem e me faltava a confiança de poder produzir alguma coisa que não fosse uma redação colegial. Eu vivia me perguntando: “será que sou capaz de escrever algo mais elaborado? Nem sou formado em Letras! Escrever pra quê? Não tenho chance de competir com os estrangeiros.” Mas, o principal eu tinha: a vontade. Desde muito novo eu gosto de ler, e, foi depois de ler E Não Sobrou Nenhum, da Agatha Christie, que finalmente joguei tudo para o alto e falei: “que se danem vocês, vozinhas da minha mente, eu preciso escrever!”.

Claro que não comecei já sabendo o que faria: eram muitas ideias, muita novidade, muito furor. Não planejei nada e tudo se confundia, inclusive esse que vos fala! E isso resultou num infeliz descarte do meu primeiro invento. Porém, não desisti e tentei novamente. Como sempre gostei de filmes e games de terror, decidi focar nesse gênero, pois tinha muito mais chances de conseguir desenvolver algo num terreno com o qual já tinha plena familiaridade. Foi uma ótima escolha para mim, porém, foi um processo lento de tentativa e erro, com muitos bloqueios no meio do caminho. Mas por fim, com paciência, terminei meu primeiro livro: Máscara.


Através da relativa experiência que fui adquirindo com o passar do tempo dentro do meio literário, passei a adotar formas mais práticas de me organizar quando surge alguma nova ideia e quero começar um novo livro. Eu crio uma espécie de “esqueleto” da obra, pontuando de forma bem simplificada, as ideias centrais da trama, elementos ou pontos-chave que faço questão de apresentar, esboço de personagens principais, etc... Quando me dou por satisfeito, começo um prólogo e primeiros capítulos sem pretensão e vejo como tudo se desenvolve. No fim, os próprios personagens acabam me guiando durante o processo, já que não estabeleci nada à ferro e fogo, o que torna tudo um tanto quanto imprevisível e louco rsrs. E também não estabeleço metas, prazos nem nada: escrevo quando estou com vontade. Dessa forma, eu não me vejo preso a um roteiro pré-determinado e a criação segue fluida. 

Mas esse é o meu jeito, algo que adquiri com o tempo; existem aqueles que sentam e escrevem o que lhes vêm à mente e conseguem se sair super bem! Cabe a cada um buscar a forma que melhor se encaixa ao seu estilo e personalidade, tornar aquela forma de escrever sua marca registrada. Curiosidade: sempre escrevo ouvindo músicas e com um copo de chá-mate do meu lado; para mim ajuda bastante!


BLOQUEIO CRIATIVO, COMO LIDAR?

Um ponto que abordei acima e acho válido comentar são os bloqueios, que sempre estarão ali para te atormentar durante a escrita. Como superá-los? Isso é algo bem complicado de resolver, pois cada autor trabalha de uma forma. Assim como cada um tem uma forma particular de escrever, cada trava que surge é muito exclusiva, portanto não há fórmula mágica para superar essa dificuldade. Cabe ao autor não se cobrar por isso e se perguntar “porque, onde e como estou travando?”. 

Dando tempo ao tempo e refletindo, a inspiração que lhe servirá de salvação para o bloqueio pode surgir das formas mais inesperadas, seja vendo um filme ou passeando pelo shopping. É só não se forçar a escrever numa situação assim, pois isso só lhe causará mais dificuldade em resolver o problema, além do trabalho produzido não ser fruto do seu prazer em escrever, mas sim de frustração. Acho que esse é o melhor conselho que posso dar nesse caso.


Bem, creio que vou parando por aqui, já que esse assunto de processo criativo é bem longo e um tanto quanto complexo por ser particular de escritor para escritor. Espero que eu venha a auxiliar alguém com o que falei e agradeço demais ao blog pela oportunidade de poder dissertar sobre a escrita, que é algo que amo e já não posso mais viver sem. E, aos futuros autores que possam estar lendo isso, desejo-lhes muita força e sorte! Como sempre digo: se a literatura é sua grande paixão, não se deixe abater pelas dificuldades; as melhores coisas são as que se luta para se conquistar e ninguém nasce no topo! O caminho das letras é difícil, mas extremamente recompensador!

Grande abraço a todos!

Foto do Luis (autor desse post) na Bienal de SP 2014 e capa dos seus dois livros.

Leia também:

Resenha: Fragmentados - Neal Shusterman

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A HISTÓRIA

Foi a Guerra de Heartland que mudou tudo. A população se dividiu entre os Pró-Vida, aqueles que eram contra o aborto, e os Pró-Escolha, que entendiam que era uma opção da mãe abortar ou não. Para impedir que o caos destruísse o país, a guerra foi encerrado com um acordo, a Lei da Vida, que atendia aos dois lados. Até os 13 anos, a vida e as crianças são intocáveis. Entretanto, até se tornarem maiores de idade, os jovens entre 13 e 18 anos podem ser abortados retroativamente, a escolha dos pais ou do Estado (em caso de órfãos), em um processo chamado fragmentação

A fragmentação, tecnicamente, não mata. O indivíduo fragmentado apenas é dividido em várias partes e seus órgãos e membros doados para outras pessoas. Entretanto, o que era para ser uma solução social, trouxe apenas mais caos. A fragmentação criou uma indústria milionária e uma medicina preguiçosa que, em vez de procurar a cura, apenas procura um órgão ou um membro saudável que substitua o doente. O processo também se tornou ideal para eliminar os indesejados, os problemáticos, toda e qualquer pessoa que não de encaixe no sistema.


Connor é esse tipo de pessoa. Rebelde e explosivo, ele cria confusões tanto em casa quanto na escola. Assim, seus pais resolvem fragmentá-lo. Contudo, o garoto descobre tudo e foge antes que possam levá-lo para a fragmentação. Seu caminho acaba se cruzando com o de Risa e Lev. Ela é órfã e, apesar de tocar piano muito bem,  não se destacou o suficiente para justificar as despesas que causa ao Estado, que resolve fragmentá-la. Já Lev tem uma história bem diferente. Vindo de uma família grande, abastada e bastante devota, ele foi o escolhido como dízimo, nome dado aos jovens que nasceram para a fragmentação em nome de sua religião, como um sacrifício para o seu Deus.

Connor pensou que estava salvando Lev, mas o garoto realmente acreditava em seu propósito como dízimo e passa a esperar o momento certo de fugir daqueles dois fragmentários insanos. Já Risa vê em Connor uma oportunidade de se manter viva e, mesmo acreditando que ele impulsivo demais e inteligente de menos para acabar estragando a própria fuga, a garota também percebe que o outro possui um coração muito bom e um dom nato para liderar. 
“Eu prefiro ser parcialmente grande a ser completamente imprestável.” Pág. 25
Connor e Risa fazem Lev começar a perceber que a fragmentação não é exatamente o destino santo que ele imaginara, mas é apenas quando se separa dos dois que ele começa a perceber a verdade: sua família o mandou para a morte. Enquanto isso, Connor e Risa, pela primeira vez em suas vidas, encontram pessoas dispostas a ajudá-los a fugir, mas será que seus benfeitores realmente têm boas intenções? 


 A SÉRIE E EXPECTATIVAS PARA A LEITURA

Fragmentados é o primeiro livro de uma série que já conta, no total, com quatro livros lançados no exterior. Entretanto, apesar de fazer parte de uma saga, Fragmentados tem um final satisfatório e pode ser lido como volume único. Eu amo distopias e, apesar de estar curiosa para ler o livro, acabei deixando-o esquecido na estante por alguns meses. Agora, após a leitura, me arrependendo de ter demorado tanto a ler uma obra tão cativante e rica como essa. Mesmo com o final bacana e com poucas aberturas para uma continuação, me apeguei tanto aos personagens que mal posso esperar pelo segundo livro da série!

A LEITURA E A CRÍTICA

Assim que comecei a ler Fragmentados, fui arrebatada pela leitura. Primeiramente, o universo em que o livro se passa, para nós, soa completamente insano, mas, ao mesmo tempo, muito interessante. O próprio processo da fragmentação parece loucura e pura crueldade, contudo, ao longo da obra, consegui ver pelos dois lados e até perceber certa razão por trás da Lei da Vida. Contudo, das muitas lições que Fragmentados deixa, certamente a mais importante é que mesmo algo lógico, previsto pela lei, pode ser desumano. 

É curioso como o livro aborda, de forma bem clara, como uma alternativa surgida para acabar com a guerra e as mortes, acabou, por fim, gerando mais mortes e ainda mais conflitos. Fragmentados também nos faz questionar o avanço da ciência e da tecnologia e o eterno embate entre ambos e a moral e a ética. Transplantes de órgãos, abortos, fanatismo religioso, perseguição aos diferentes e problemas sociais são outros temas delicados e tratados maravilhosamente bem ao longo do livro. 


Apesar de ser uma obra de ficção e o processo de fragmentação não ser real, Fragmentados infelizmente soa muito real e nos faz refletir: seria a obra uma previsão do cruel futuro que nos aguarda? O corpo e a vida se tornarão nada mais que objetos de venda e compra em um mercado bilionário? Continuaremos a guerrear apenas por divergências ideológicas? Vamos continuar perseguindo, excluindo e encontrando maneiras de punir e exterminar os diferentes, os que não se encaixam em regras e papéis sócias, os que foram abandonados e esquecidos? 
“- Fazem isso o tempo todo – diz Hayden. - É isso que a lei é: palpites instruídos sobre o que é certo e errado.” Pág. 162
Fragmentados nos obriga a olhar para aspectos brutais da sociedade e da alma humana, mas também, a perceber o valor de cada vida e de cada ação. O que nos separa do hoje e do futuro macabro de Fragmentados é justamente a atitude que tomaremos daqui para frente. No contexto de incerta política e econômica e muitos conflitos culturais e sociais do mundo atual, a leitura de livros como Fragmentados é extremante necessária


A TRAMA, A NARRATIVA E OS PERSONAGENS

A história de Fragmentados é muito bem bolada e desenvolvida. O livro consegue nos surpreender constantemente e o autor me cativou e emocionou do início ao fim. Apesar de a narrativa ser em terceira pessoa, Shusterman consegue conectar o leitor aos seus personagens e transmitir completamente cada nuance das figuras que nos apresenta. Com sua escrita fluída, o autor torna a leitura de um livro denso e rico em muito rápida e gostosa, devorei a obra em um dia. 

Os personagens são profundos e reais e, apesar de haver um grande número deles, todos possuem papel na trama e personalidade e histórias próprias. Contudo, claramente, são os três jovens protagonistas que mais se destacam. Tão diferentes, Connor, Risa e Lev são unidos pelo acaso e pelo mesmo destino cruel. Contudo, cada um deles se desenvolve de maneira própria ao longo do livro e foi bom vê-los amadurecer e descobrir o seu lugar no mundo. 

Os jovens também encontram a sua própria força em Fragmentados e é impossível não se identificar um pouco com cada um deles. Também é interessante observar que, apenas ao ter sua vida em risco, é que eles aprendem a dar o devido valor a própria vida e as pequenas coisas. E esse sentimento de gratidão acaba se transferindo ao leitor, que passa também a perceber o grande valor e importância em se estar vivo.


CONCLUSÕES FINAIS

Uma leitura rápida e gostosa, mas também densa e muito rica, Fragmentados é um bom livro e também muito necessário. Extremamente atual, o livro nos faz refletir bastante e passar a perceber a importância não só da vida, mas também das ações que tomamos diante ela. Fãs de distopia e de suspense irão se deliciar com essa obra única e maravilhosa, que, particularmente, amei e recomendo a todos. Estou ansiosa pelos próximos volumes da série, me cativei a todos os personagens e quero ver o desfecho do universo criado pelo autor.

A EDIÇÃO

A tradução do livro está perfeita e a diagramação, apesar de simples, está boa. Eu amei as páginas de material mais grosso e resistente e também cor de creme. Contudo, achei o tamanho da letras um pouco pequeno. Quanto a capa, gosto e não gosto dela em partes. Ao mesmo tempo que, acredito, a capa transmite bem o lado sombrio e distópico da obra, não a acho bonita.


QUOTE FAVORITO

“- Você aprende uma coisa depois de ter vivido o tanto que vivi: as pessoas não são completamente boas nem completamente ruins. A gente passa a vida toda entrando e saindo das sombras e da luz. Nesse momento, estou feliz por estar na luz.” Pág. 108

Título: Fragmentados
Título original: Unwind
Série: Fragmentados
Volume: 1
Autor: Neal Shusterman
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581635194
Ano: 2015
Páginas: 320
*Esse livro foi uma cortesia da Editora Novo Conceito


Melhores livros de romance de época

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Mesmo com a internet, é sempre difícil encontrar bons livros para ler! Especialmente se você procura por um gênero especifico que goste mais! Apesar de tentar sempre ler obras de todos os estilos, eu tenho um carinho especial pelos romances, especialmente os de época! Tem coisa mais gostosa que passar a tarde debaixo de um cobertor (se o calor deixar, claro rs) com um bom romance? Divertidos, fofos e apaixonantes, livros de romance são simplesmente deliciosos, ainda mais os de época! Como não amar e suspirar com as aventuras e desventuras dos protagonistas mais legais e apaixonados da literatura?

Se você é do time dos loucos por romances, com certeza não perdeu o post "Melhores Livros de Romance" de alguns meses atrás! Maaas, se você gosta ainda mais das histórias de amor passadas em tempos antigos, em meio a vestidos e bailes deslumbrantes, continuem lendo o post, pois tenho dicas incríveis dos melhores livros de romance de época!

Conheça também as minhas indicações dosmelhores livros dos melhores gêneros e dos melhores livros de aventura!

O que é um livro de romance de época?

Muita gente confunde e, alguns anos atrás, fiz um post bem bacana sobre romances de época e históricos que, por mais que não pareça, são coisas diferentes. As datas são bem importantes para os romance históricos, que retratam personagens e fatos reais em meio a ficção. Já os romances de época, em sua maioria, são completamente fictícios e se preocupam em mostrar como vivia e se comportava um povo em um determinado tempo (mas sem se prender a datas, fatos históricos ou pessoas que realmente existiram).

Sim, um romance de época pode retratar qualquer período da história, mas os queridinhos do gênero, que os tornaram tão amados e conhecidos, são os livros destacam a vida da sociedade londrina no período vitoriano, valorizando costumes como: moda, etiqueta social, passeios de charretes ou no campo, jantares, festas, teatros. A fragilidade da mulher, o casamento por conveniência, as amantes, a diferença entre as classes sociais, o valor de um título nobre, as intimidades sexuais entre os protagonistas são fatores importantes e estão sempre presentes nesses romances!


E, diferente do que podemos imaginar, nem todos os romances de época são completamente fúteis e bobinhos. Apesar de trazer sim histórias de amor recheadas de clichês, muitos deles conseguem bem expor o modo de vida da época retratada, assim como seus conflitos e problemas. Ou seja, além de divertidos e fofos, os romances de época podem nos dar uma boa lição de história (mesmo sem se prender a fatos reais)!

Uma definição rápida de romances de época: O foco é no início de um romance (a fase da paixão.). Cenas picantes são um must e o herói é um macho alfa: bonito, rico, forte (um conquistador, avesso a relacionamentos sérios, até se apaixonar perdidamente pela heroína, claro). Não há grandes dramas ou tragédias. Final feliz (leia-se: sorriso bobo no rosto).

Os clássicos de romance de época

Ler os clássicos é sempre necessário e, se você gosta dos romances de época, precisa ler os livros que mais inspiraram o gênero! Jane Austen, ao escrever suas belas e fofas histórias de amor que retratavam bem, e criticavam bastante, a sociedade da sua época, entrou para a história e serviu de exemplo para muitas outras tramas. Orgulho e Preconceito parece ser sua obra mais aclamada, já li muitos e muitos romances de época com histórias como a de Lizzie e Darcy, dois personagens que se amam, mas que deixam as diferenças econômicas e sociais, assim como intrigas da sociedade, ficar no caminho. Contudo, Razão e Sensibilidade, assim como as outras quatro obras de Austen, mesmo trazendo fórmulas parecidas, conquistaram um igual número de fãs e merecem ser lidas.

As irmãs Brontë também merecem seu lugar entre os clássicos românticos, especialmente Charlotte e Emily, autoras respectivamente de Jane Eyre e O Morro dos Ventos Uivantes. A fórmula clássica dos romances de época também encontraram inspiração em ambos, onde os protagonistas se amam, mas acabam vendo seu relacionamento conturbado por questões financeiras e sociais. Contudo, acho O Morro dos Ventos Uivantes um pouco mais sombrio que Jane Eyre e sem um final feliz. Mesmo assim, vale a pena ler, encarando a obra de Emily Brontë como um romance de época mais realista. 

Leia a resenha de O Morro Dos Ventos Uivantes - Emily Brontë
Conheça a mais recente e a bela adaptação de Jane Eyre para os cinemas

E quem disse que não teria brasileiros nessa lista? Apesar dos nossos romances sempre tenderem a uma lado mais realista (na minha visão), há muitas obras de histórias fofas e finais felizes, que se passam no Brasil antigo. Senhora, de José Alencar, é um bom exemplo. Mas outro que indico com prazer é A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Apesar de ter lido apenas uma releitura da obra, conheço a história original e me apaixonei por ela. O livro conta a história de amor de Augusto e Carolina, mas há um obstáculo à união dos dois: a promessa de fidelidade feita pelo estudante a uma menina que conhecera na infância e cujo paradeiro e identidade desconhecia. A Moreninha tem final feliz, e ainda ganha muitos pontos retratar os hábitos da juventude burguesa carioca da época da publicação.

As melhores séries de romance de época

Grande parte dos livros de época fazem parte de longas séries, mas que, felizmente, em sua maioria, possuem volumes independentes. Outra vantagem dessas séries, além de cada livro trazer um casal diferente, é que sempre acabamos reencontrando os nossos personagens favoritos nos outros livros e matando as saudades. Agora conheçam as minhas séries de romance de época favoritas:


A série Família Bridgerton da Julia Quinn foi a primeira de romances de época que li e a responsável por me fazer amar o gênero. Fofos e muitos divertidos, cada livro traz a história de amor de um dos filhos de Violet e Edmund Bridgerton (que são 8 no total, nomeados em ordem alfabética). Contudo, a autora ainda lançou um nono volume, The Bridgertons: Happily Ever After, que reúne todos os segundos epílogos que Quinn escreveu para os oito irmãos Bridgerton e que narra momentos deles após os seus respectivos livros. 

Maas, ainda não contente, a autora ainda lançará esse ano Because of Miss Bridgerton que, para a surpresa de todos, traz a história de uma irmã do Edmund, que, se não me engano, nunca foi citada nas outras obras. Acho que o carinho das fãs e da autora por essa família são tão grandes que, acredito, ainda teremos muitos mais livros deles pela frente (vamos torcer muito para que sim rs). Aqui no Brasil, os livros da Família Bridgerton são publicados pela editora Arqueiro e, até o momento em que escrevi esse post, o sétimo livro, Um Beijo Inesquecível, tinha acabado de sair. De todos, o meu favoritoé, sem sombra de dúvida, O Visconde Que Me Amava, mas vale muito a pena ler a série na ordem e se apaixonar por cada uma das histórias!

Leia as resenhas dos livros da série  Família Bridgerton:

Lisa Kleypasé a autora das duas séries das quais vou falar agora. Com o mesmo estilo de história fofa, divertida e surpreendente, tanto Os Hathaways quanto As Quatro Estações do Amor conquistam bastante. Contudo, o perfil dos protagonistas são um pouco diferentes nas duas sagas. Na série Os Hathaways conhecemos a excêntrica família de mesmo nome que não se importa nem um pouco com convenções sociais e muito menos casamento por conveniência ou dinheiro. 

Os Hathaways acreditam e buscam o amor e, em cada livro da série, vemos um deles se apaixonar. O mais legal da série: a presença dos ciganos Cam e Merripen, que se casam com duas das irmãs Hathaways e cuja cultura bem peculiar acrescenta ainda mais excentricidade e diversão a família. O meu livro favorito é Paixão ao Entardecer, justamente por trazer a história de Beatrix, a minha personagem favorita da saga. Todos os livros já foram lançados no Brasil pela Arqueiro também. 

Leia as resenhas dos livros da série Os Hathaways:

Com apenas o segundo volume lançado até o momento, a série As Quatro Estações do Amor já me conquistou profundamente. O diferencial? Ela traz uma perspectiva mais realista sobre os relacionamentos da época, já que as quatro protagonistas da série são amigas solteironas que se juntam para arrumar maridos uma para as outras. Aqui, não é o amor que vem em primeiro lugar, mas as garotas acabam o descobrindo de qualquer jeito. Apesar de só ter lido o primeiro livro ainda, Segredos de Uma Noite de Verão, já sei que vou amar a saga e que ela merece ser lida por todos os amantes de romances de época!

Leia as resenhas dos livros da série As Quatro Estações do Amor:


Como a Bells, do blog ConversaCult, bem explica, a série Os Bedwyns, apesar de ter oficialmente seis volumes, começa, na verdade, em Uma Noite de Amor, onde a família Bedwyn sequer aparece. Contudo, algumas coisas que acontecem nesta história culminam no segundo livro, Um Verão Inesquecível, onde os Bedwyn aparecem de fato. E é essa primeira aparição bem superficial que faz a diferença, de acordo com a Bells. Contudo, como a editora não lançou os dois prequels, comecei a ler a partir de Ligeiramente Casados e, mesmo assim, me apaixonei profundamente pela história (e não fui prejudicada por não ler os prequels).

A família Bedwyn é, sem sombra de dúvida, um bando de nobres arrogantes que não conseguimos não amar! Por debaixo das suas cascas grossas sempre descobrimos pessoas sensíveis e amáveis, que se portam como superiores, mas que passam por situações vergonhosas (e hilárias) como qualquer mortal. Os três livros lançados também pela Editora Arqueiro já me conquistaram profundamente e, apesar de ter amado os três, o meu favorito ainda é o primeiro, Ligeiramente Casados. Além da trama super gostosa e divertida, o que mais gosto na saga dos Bedwyns é que a autora sempre os descreve como pessoas normais, não feias, mas não bonitas, e mostra, ao longo da trama, as suas fragilidades. Impossível não se cativar, se identificar e amar os personagens! 

Leia as resenhas dos livros da série Os Bedwyns:

Uma mistura deliciosa de romance de época e histórico, a série Outlander conquistou os fãs tanto através dos livros quanto da TV. Enquanto a segunda temporada do seriado de TV não sai, a editora Arqueiro já anunciou o lançamento da primeira parte de Os Tambores do Outono, quarto volume, para o mês que vem. Lá fora, a série já conta com oito livros, sendo que, a autora, Diana Gabaldon confirmou recentemente o futuro lançamento de um nono volume. 

Com histórias envolventes, divertidas e fascinantes, que misturam romance e aventura, a história de amor de Claire, uma jovem que viaja no tempo e vai parar na Escócia do século 18, e Jamie são incríveis. O único ponto negativo da série Outlander são a grande extensão dos volumes, que superam muito mais de 500, 600 páginas. Por causa disso, alguns livros estão sendo divididos em duas partes, o que deixa a leitura ainda mais demorada. Contudo, para quem não tem medo de obras extensas e gosta de um romance envolvente, vale muito a pena ler a saga.

Leia as resenhas dos livros da série Os Outlander:

A série Canalhas, ou Scoundrels, teve, curiosamente, o terceiro e o quarto livros lançados primeiro aqui no Brasil. A ordem inversa dos lançamentos, aparentemente, foi um pedido da própria autora, contudo, isso não prejudica nada a leitura, já que cada volume é independente. Apesar de o quarto livro, O Último dos Canalhas, não ter superado o anterior, ainda assim continuo apaixonada pela saga. Mas, sem sombra de dúvida, o melhor livro é O Príncipe dos Canalhas, que além de uma leitura gostosa, divertida e provocadora, ainda é uma boa crítica a alguns costumes e valores da época em que se passa a história. 

Leia as resenhas dos livros da série Canalhas:

Uma trilogia maravilhosa e irresistível, a série As Crônicas das Irmãs Bruxas, de Jessica Spotswood, traz mais que romances de época com pitadas sobrenaturais. Por baixo de uma trama fascinante e cativante, os volumes abordam também questões como o papel da mulher na sociedade e liberdade e empoderamento feminino. Em um olhar mais profundo, fica claro que série é uma releitura fantástica, mágica, da conquista das mulheres por espaço, voz e direitos durante os séculos dezoito e dezenove. E, só por isso os livros já merecem serem lidos.

No primeiro volume, Enfeitiçadas, conhecemos as jovens irmãos bruxas Cate, Maura e Tess, que vivem em uma sociedade patriarcalista e opressora, que persegue mulheres e bruxas. Cate, a mais velha e protagonista principal da saga, tenta, ao mesmo tempo, satisfazer o desejo das irmãs e manter seus poderes escondidos. Contudo, ao mesmo tempo em que vive a primeira paixão, a garota tem que lidar com uma antiga profecia que pode não só ameaçar a sua vida e das irmãs, mas também ser a salvação das mulheres e bruxas do seu país. Uma saga de romance de época sobrenatural e também de empoderamento das mulheres, vocês precisam ler a série As Crônicas das Irmãs Bruxas!

Leia as resenhas dos livros da série As Crônicas das Irmãs Bruxas:

Fãs da Cassie Clare por aí? Apesar de ter conhecido e me apaixonado pela autora por causa de Instrumentos Mortais, é a série Peças Infernais que reina em meu coração! E, o melhor, você não precisa ter lido IM para ler - e amar - a saga de Tessa Gray na Londres Vitoriana. Com histórias emocionantes e surpreendentes, a Trilogia Peças Infernais traz romances de época sobrenaturais simplesmente maravilhosos. Tem muito romance sim, mas também tem aventura e mistério, além de magia e seres sobrenaturais! Vale muito a pena ler e se apaixonar pelos personagens e a história!

Leia as resenhas dos livros da série As Peças Infernais:

Ainda falando de romances de época sobrenatural, preciso apresentar para vocês a saga Crônicas Vampíricas de Gardella. Londres, século 19, Vitória Gardella é uma boa moça, bonita e inteligente, que daria uma excelente esposa para qualquer nobre da sociedade. Contudo, ela herdou a missão de caçar vampiros e quer ser muito mais independente do que seu tempo permite. Divertido, sensual e bastante sangrento, as Crônicas Vampíricas de Gardella são uma boa pedida para quem gosta de romances de época recheados de aventuras e que fogem dos clichês. 

O único problema é que a editora parou de lançar a série após o segundo volume, mas, se você não tem problema em ler em inglês, vale a pena se deliciar com todos os cinco livros da saga!

Leia as resenhas dos livros da série Crônicas Vampíricas de Gardella:


Se você gosta de sobrenaturais, mas em pitadas mais modestas, vai amar a série Wherlocke de Hannah Howell. Clássicos romances de época, com tramas fofas, divertidas e surpreendentes, mas com um gostinho de fantasia graças aos poderes peculiares dos membros da família Wherlocke (como ver fantasmas e mover objetos com a mente), eu li apenas o segundo livro, A Sensitiva, e já me apaixonei. 

Infelizmente, a editora parou de lançar a série no quarto volume, mas, por serem obras independentes (cada livro conta a história de um casal diferente), ainda assim vale muito a pena ler a saga! E, para quem se arrisca no inglês também, vale a pena conferir os outros livros.

Leia as resenhas dos livros da série Wherlocke:

Mais indicações: séries de romance de época

Duas séries bem recomendadas, mas que ainda não li. A saga Os Rothwell, de Madeline Hunter, assim como a série O Clube dos Canalhas, de Sarah MacLean parecem fazer o estilo de romances de época mais apimentados, recheados de sedução, segredos e escândalos, assim como mocinhas ousadas e mocinhos desafiadores. Estou curiosa para ler ambos.


Os melhores livros únicos de romance de época


E quem disse que romance de época tem sempre que fazer parte de uma série? Apesar da maioria das aventuras amorosas em tempos passados que tanto amamos fazerem parte de alguma saga, eu tenho alguns livros únicos do estilo para recomendar e todos nacionais!


Jardim de Espelhos já começa surpreendendo ao se passar no nosso Brasil do século 19. O livro também encanta com uma história de amor recheada de vingança, ambição e sedução, além de mostrar um pouco do modo de vida dos brasileiros da época. Vale muito a pena ler a obra. Para quem quer fugir dos romances de época tradicionais, ambientados na Inglaterra, Arrabal e A Noiva do Capitãoé uma boa pedida. O livro se passa na Itália e traz a história de dois irmãos gêmeos que disputam a mesma mulher. Contudo, o final da trama não poderia ser mais surpreendente.

Também se passando na Itália, Carmela e Lorenzo é um romance de época com pitadas sobrenaturais. Com cenários lindíssimos, a obra também tem momentos de ação e suspense e fala bastante sobre arte. Vestidos pomposos, elegância, boas maneiras e bruxas tornam A Linhagem um perfeito romance de época sobrenatural. O livro é divertido e surpreendente, e vale a pena ser lido. 

Leia as resenhas dos livros:

Bom, e esses são os melhores livros de romance de época que já li! O que acharam das minhas indicações? Conhecem alguma outra obra do gênero que podem me recomendar? Deixem a opinião e as experiências de vocês nos comentários! Espero que tenham gostado do post! Eu adorei fazê-lo! E ah, se procura mais indicações de romances, não deixe de conferir essa postagem aqui!

Resenha: Graham, O Continente Lemúria - A. Wood

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A HISTÓRIA

Peter Grahamé um jovem canadense amargurado com um único objetivo na vida: matar todos os vampiros que puder encontrar. Disposto a doar sua própria vida para tentar livrar e proteger os humanos das criaturas sedentas por sangue, Peter passa seus dias atrás de pistas e as noites caçando vampiros. Contudo, nem sempre Peter levou uma vida sombria. Alguns anos antes ele era apenas um jovem estudante de Desenho Industrial vivendo a primeira paixão. 

Quando o único segredo que guardava era sobre a sua sexualidade, Peter era muito feliz. Mesmo não podendo contar para a família extremamente tradicional que era gay, o jovem vivia contente e se divertia ao lado da melhor amiga e do primeiro namorado, enquanto buscava trilhar o seu próprio caminho. Mas, uma tragédia terrível muda tudo. Ao descobrir que os vampiros eram algozes de sua dor, Peter prometeu dedicar a sua vida a eliminar esses seres. 

Um dia, ao atacar o que seria o refúgio de um dos mais poderosos vampiros, Peter descobre novas circunstâncias sobre o seu passado trágico e uma esperança surge. Diante a possibilidade de salvar uma pessoa que ama, o jovem aceita agir em nome do vampiro que deveria matar. Tudo o que Peter precisa fazer é localizar e eliminar um inimigo do poderoso vampiro. Mas, quando se coloca diante do homem que deveria matar, um poderoso e belo lobisomem, algo nos olhos do outro o faze hesitar. Será que Peter conseguirá completar a missão? O jovem acabará por descobrir outro lado dos seres fantásticos, assim como a origem deles e uma única chance de acabar com os vampiros de vez. 


A LEITURA: TRAMA E NARRATIVA

Eu conheci o livro Graham - O Continente Lemúria há um ano atrás, no início de 2015, na campanha Internautas Contra o Preconceito, que teve o personagem desse livro como patrono do movimento. A primeira coisa que me chamou atenção na obra foi, claro, os vampiros, meus seres fantásticos favoritos. E fiquei ainda mais curiosa para ler Graham ao saber que o protagonista era um caçados de vampiros que também enfrentava, além das criaturas sedentas por sangue, a homofobia.

Com boas expectativas para a obra, me cativei a Graham - O Continente Lemúria logo nas primeiras páginas. A narrativa é gostosa e fluída, e a perspectiva varia da primeira pessoa para a terceira (presente nos capítulos que narram o passado de Peter). Essa alternância entre os pontos de vista deixam a história ainda mais ágil, assim como as bem descritas e envolventes cenas de luta e de caça aos vampiros.

Eu devorei O Continente Lemúria em apenas uma tarde e, até um pouco mais da metade da obra, estava amando tudo e simplesmente apaixonada pela trama surpreendente, intrigante e emocionante. Contudo, em determinado momento, a história começou a desandar, os acontecimentos tornaram-se acelerados demais e, quando vi, o livro tinha acabado e me deixado insatisfeita. O desfecho da obra foi bacana, não acredito que poderia ser diferente, mas foi também extremamente corrido e alguns pontos ficaram muito mal desenvolvidos e mal explicados, além de forçados. 


Contudo, o que mais me deixou insatisfeita foi a relação de Peter e John (o lobisomem que o outro deveria matar), que era para ser o ponto alto da trama, mas que soou completamente sem noção. Não há tempo nem espaço para o relacionamento deles florescer. De repente Peter e John estão envolvidos, em dois dias se julgam apaixonados como nunca estiveram. Honestamente, não entendi porque o autor se dedicou tanto a desenvolver o relacionamento de Peter com o primeiro namorado e deixou o dele com John (que era mais importante), de lado. Fiquei muito, muito frustrada por Wood ter corrido com o final e terminei a obra com um gostinho por mais (eu adoraria uma continuação, mesmo não tendo espaço e sentido para uma).

OS PERSONAGENS

Eu adorei Peter Graham desde o início. Fofo, tímido e inteligente, o rapaz conquista tanto como jovem comum quanto caçador de vampiros. Depois de conhecermos sua trágica história, torcemos para o sombrio Peter caçador de vampiros encontrar novamente a felicidade, o que de fato acontece, mas de forma insatisfatória graças ao final corrido. Eu adorei todos os outros personagens, especialmente John e gostaria de que o autor o tivesse desenvolvido melhor e dado mais tempo ao leitor (e a Peter) para o conhecer.


CONCLUSÕES FINAIS

Uma leitura rápida e gostosa, fazia tempo que eu havia sido tão cativada por um sobrenatural como Graham - O Continente Lemúria. Apesar de ter devorado a obra, o desenvolvimento deixou a desejar e prejudicou a leitura. Terminei a obra frustrada por acontecimentos e detalhes mal explicados e corridos. 

Contudo, me cativei tanto a Graham - O Continente Lemúria que fiquei com um gostinho por mais e ansiosa para conferir mais obras do autor. O livro é bom e leitores não muito exigentes, fãs de tramas sobrenaturais, com vampiros, lobisomens e batalhas incríveis, com certeza vão gostar de Graham.


A EDIÇÃO

A diagramação do livro estava boa, não percebi erros durante a leitura. Adorei a ilustração representando Peter no início da obra, foi exatamente assim que imaginei o protagonista. Também gostei do detalhe no início dos capítulos, além de legal, o simbolo está presente na história. De início não achei a capa de Graham - O Continente Lemúria muito atraente. Mas, após ler a obra, percebi que ela combina perfeitamente com a trama. Outro detalhe que amei foram as páginas de material grosso e resistente, além de cor amarelada, que deixa a leitura mais confortável. 

QUOTE FAVORITO

“Era assim que funcionava. Eu os procurava, encontrava, planejava e matava-os à surdina.” Pág. 12

Título: Graham, O Continente Lemúria
Autor: A. Wood
Editora: Selo Jovem
ISBN: 9788566701203
Ano: 2014
Páginas: 210
*Esse livro foi uma cortesia da Selo Jovem


7 séries que você precisa assistir na Netflix

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Quem aí também é apaixonado por séries de TV? O post de hoje é para vocês! Eu confesso que nem sempre fui fã da Netflix e não entendia porque as pessoas gostavam tanto da plataforma. Até que, um belo dia, o pessoal aqui de casa assinou o serviço e eu me apaixonei também! Para quem gosta de ver filmes, especialmente os lançados recentemente, a Netflix não compensa tanto assim, mas quando se trata de séries, o site é o paraíso!

Com seriados para todos os gostos, desde os mais antigos até alguns recentes, é fácil encontrar boas séries para assistir na Netflix. E, como uma apaixonada por seriados que encontrou alguns dos seus shows favoritos por lá, hoje trago para vocês 7 séries que você PRECISA assistir na Netflix!Vamos lá?


Jessica Jones
E sim, eu precisava começar com a mais nova queridinha da Netflix. produzida em parceria com a Marvel. Seguido o sucesso de Demolidor, mas trazendo temáticas diferentes, Jessica Jones conquista justamente por não ser a clássica história de herói. A trama nos apresenta uma garota com super-poderes cujo único objetivo é seguir com sua vida e tentar construir uma carreira de detetive particular. Contudo, em um novo caso sobre o desaparecimento de uma jovem universitária, Jessica acaba esbarrando com seu passado e maior pesadelo. Kilgrave é o perfeito vilão, um homem sádico e obcecado por Jessica, que possui o poder de controlar mentes e fará de tudo para ter a antiga amante de volta.

Nessa primeira temporada de Jessica Jones, acompanhamos a garota em uma batalha tanto física quanto mental contra Kilgrave. A série aborda, com bastante sensibilidade e sem deixar a trama menos emocionante, todas as facetas de um relacionamento abusivo, tanto a obsessão e o sadismo do algoz, quanto o medo e a culpa da vítima. Mas, Jessica mostra bem que as mulheres não precisam ser salvas (que podem ser heroínas de suas próprias histórias) e que podem superar todo e qualquer trauma e dor infligido a elas.

Apesar da segunda temporada de Jessica Jones ainda não ter previsão de estreia, vale muito a pena ver a série, especialmente porque poderemos reencontrar a personagem em outras produções da Netflix e da Marvel em breve. Emocionante e muito cativante, o show surpreendente e vale a pena tanto para quem gosta do universo dos super-heróis da Marvel quanto para quem procura uma história e personagens ricos e envolventes. Também indico Jessica Jones para quem também curte um bom suspense psicológico e tramas que falem sobre abuso e obsessão.


How To Get Away With Murder
Crimes, investigações policiais, julgamentos e segredos recheiam a eletrizante e maravilhosa série How To Get Away With Murder, um dos shows queridinhos momento. A história acompanha um grupo de ambiciosos estudantes de Direito e sua brilhante e misteriosa professora de defesa criminal, que se vê envolvida em uma trama de assassinato que vai agitar toda a universidade e mudar o curso de suas vidas.

Para quem gosta de séries policiais, How To Get Away With Murder é um prato cheio, justamente por mostrar o lado realista das investigações e julgamentos. Em meio a testemunhas e provas, aprendemos com a série que nem sempre a lei é justa e vemos o trabalho chocante dos advogados criminais, que fazem de tudo para inocentar o cliente. Com uma trama viciante e ágil, a série nos faz duvidar da inocência de todos os personagens e ficar obcecados em descobrir todos os segredos sujos de cada um. Vale muito, muito a pena assistir. A segunda temporada termina de ser exibida na TV americana agora em Fevereiro, mas já dá para conferir a primeira na Netflix. 


Black Sails
Se você não é muito chegado em super-heróis ou séries policiais, mas curte uma boa e velha história sobre piratas e tesouros perdidos, vai amar Black Sails. Esse drama, situado na segunda metade do século 18, começa com Flint, o mais brilhante e temido capitão-pirata de seu tempo, capturando o mais novo membro para seu navio: John Silver, um jovem de língua afiada que roubou um mapa para um tesouro espanhol que Flint está a procura.

Ao mesmo tempo, o capitão e sua tripulação devem lidar com a ameaça da extinção de seu estilo de vida, lutando contra a marinha britânica pela sobrevivência do seu paraíso criminoso: a ilha de New Providence, um local cheio de prostitutas, ladrões, caçadores de recompensas e, é claro, piratas. Black Sails narra as aventuras do Capitão Flint e seus homens, personagens que apareceram no clássico da literatura escocesa A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson.

Com muitas cenas pesadas, a série é recomendável para os maiores de 18 anos com estômago forte. Contudo, Black Sails é um show emocionante, que cativa e mexe com a nossa imaginação! É interessante acompanhar a luta dos personagens por riqueza e poder, mas também pela própria sobrevivência. Atualmente, a série está exibindo sua terceira temporada na TV americana, mas as duas primeiras temporadas já estão disponíveis na Netflix!Agora é só se deliciar com as tramas e intrigas de Black Sails, recheadas de mentiras, sedução, planos mirabolantes, caça ao tesouro e batalhas incríveis (tanto em terra quanto no mar!).


Dexter
Acho impossível que vocês não conheçam Dexter de tanto que falo dela por aqui! O show até apareceu no post 3 séries que acabaram, mas que ainda adoro, se lembram? Posso estar sendo repetitiva, mas sempre vou falar de Dexter quando puder, pois realmente amei o programa! E, o melhor, as oitos temporadas já estão disponíveis na Netflix (e eu  já estou considerando fazer uma maratona e rever todas logo, logo!).

Dexter é um psicopata nato. Sua falta de sentimentos, sua necessidade por matar e por cumprir seus desejos acima de tudo e de qualquer pessoa recheiam os episódios eletrizantes dessa série maravilhosa. Durante 84 episódios, podemos acompanhar um dos serial killers mais bem sucedidos e charmosos da televisão. Mas, Dexter é um psicopata assassino com um código de honra. Ele mata apenas criminosos que escaparam da justiça e gasta seus dias entre perseguir obsessivamente suas vítimas e trabalhar como perito criminal para a polícia de Miami. 


Hemlock Grove
Uma das primeiras produções originais da Netflix e uma das minhas séries queridinhas ever! Eu já até fiz um post inteirinho falando sobre o Hemlock Grove, cuja primeira temporada é fielmente baseada no livro de mesmo nome. A história começa quando uma jovem é brutalmente assassinada e rumores se espalham sobre os dois suspeitos do crime - Peter, um cigano de 17 anos que supostamente é um lobisomem, e Roman, o herdeiro das propriedades Godfrey, empresa que domina a cidade.

Peter e Roman se juntam para encontrar o verdadeiro assassino por conta própria e, quanto mais sangue é derramado, mais segredos e mistérios vão são revelados, duas coisas que não faltam na pequena cidade. A segunda e a terceira dão continuidade a trama do livro de Brian Mcgreevy de forma fantástica e surpreendente. Uma série sangrenta, cheia de acontecimentos bizarros e personagens de índole questionável, é preciso ter estômago forte e apreço pelo estranho para gostar de Hemlock Grove.

Contudo, se você não é do tipo que se intimida por obras de terror cheias de tensão como essa e que curte uma história de lobisomens e vampiros que foge do clichê, vai gostar bastante do show. O melhor? A série já foi terminada e todas as temporadas estão disponíveis, ou seja, nada de esperar uma eternidade para saber o final dessa trama sombria.


Um Drink no Inferno
Talvez você conheça o filme de mesmo nome, um cult que teve Harvey Keitel, George Clooney, Juliette Lewis e Quentin Tarantino no elenco. Uma adaptação do longa, com mesmo cenário e trama, Um Drink no Inferno segue os irmãos e ladrões de banco Seth e Richie Gecko, perseguidos pelo FBI e o xerife Earl McGraw. Em uma fuga insana em direção ao México, os irmãos acabam sequestrando uma família e encontrando o caos em um clube de strip-tease que está cheio de vampiros. Agora eles são forçados a lutar até o amanhecer para poderem sair de lá vivos.

Com a trama meio maluca e sangrenta, a série é viciante e explora a personalidade dos personagens de forma fascinante. O que mais me chamou atenção foi o belo Richie, cuja personalidade violenta e maluca rende momentos bizarros e maravilhosos. Um Drink no Inferno já foi renovada para sua terceira temporada pela Netflix e você já pode conferir as duas primeiras recheadas de ação e terror na plataforma de streaming. E sabe quem fez uma participação especial na segunda temporada? A diva e maravilhosa Demi Lovato! Legal, não?


Orphan Black
Quem aí curte ficção científica? Abordando o delicado tema de ética na ciência e clonagem humana, Orphan Black mostra claramente como, muitas vezes, a ciência e a tecnologia são abusadas por interesses obscuros. Na fascinante história, Sarah é uma jovem rebelde que, após presenciar o suicídio de uma mulher idêntica a ela, resolve assumir a identidade da falecida  para ganhar algum dinheiro.

Contudo, Sarah logo esbarra em uma organização perigosa e segredos chocantes que podem ameaçar não só a sua vida, mas também de sua pequena filha. Assim, em busca da verdade e de um modo de manter-se segura, Sarah acaba descobrindo outras mulheres, clones como ela, cuja vida é nada mais que uma experiência científica. Elas tem vidas e histórias diferentes, mas estão unidas não só por seu DNA, mas pela vontade de ir até ao fim dessa história.

Orphan Black é simplesmente maravilhosa, uma série que te prende do início ao fim, com personagens ricos e cativantes. É impossivél não se colocar no lugar de Sarah e das outras clones, imagina que louco, e assustador, descobrir pessoas iguaizinhas a você?! A quarta temporada da série estreia em Abril na televisão norte-americana, mas você já pode conferir as duas primeiras temporadas na Netflix!


E essas foram as 7 séries que você precisa assistir na Netflix, na minha humilde opinião! O que acharam da indicações? Vocês acompanham algum desses shows? E quais seriados me recomendam? Não deixem de comentar!


7 músicas inspiradas em livros

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Dizem que nada se cria, tudo se copia. Será mesmo? Para um artista, a inspiração para uma nova obra pode vir através de um sonho, de memórias, de uma paisagem, de um som, de absolutamente tudo e qualquer coisa, inclusive outros artistas! Mesmo dentro de criações inusitadas e incríveis podemos encontrar influências e referências a outras obras, o que não significa que o artista copiou outros, e sim que foi inspirado por eles.

É super comum escritores se inspirarem em outros escritores, assim como músicos em outros músicos, mas, às vezes ocorre, intercâmbio ainda maior entre as diferentes artes e, pode acontecer, de uma música inspirar um livro e vice-versa. E é justamente sobre isso que vim falar hoje! Alguns livros marcam gerações inteiras de artistas e ajudam a produzir músicas ainda mais ricas e belas! Se você também se pergunta, às vezes, de onde tal banda ou artista tirou as ideias para alguma música que ama, vai gostar bastante do post de hoje, onde trago 7 músicas (reconhecidamente) inspiradas em obras literárias! Vamos conhecê-las?



Paranoid Android - Radiohead
Vamos ignorar o clipe bizarro e nonsense, e começar falando sobre a o título da música. Paranoid Android é uma uma referência clara ao personagem Marvin, o Andróide Paranóide, o robô deprimido do livro O Guia do Mochileiro das Galáxias de Douglas Adams. Segundo o vocalista da banda, o título seria uma piada ao estilo do autor britânico e refere-se à canção como sendo sobre "as pessoas mais aborrecidas ao cimo da Terra" e "sobre o caos". 

Contudo, a letra também traz a visão pessimista de Marvin sobre o mundo, como podemos perceber pelos trechos "Por favor, você poderia parar com o barulho, estou tentando descansar" e "Com suas opiniões que não servem para absolutamente nada". Particularmente, também acho bem interessante o trecho "Eu posso ser paranoico, mas não um androide", pois, apesar de ser uma máquina, o comportamento melancólico de Marvin era bem humano.

Conheça o livro e leia a resenha da obra aqui.

Sinopse: Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, O guia do mochileiro das galáxias vem encantando gerações de leitores ao redor do mundo com seu humor afiado. Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect. A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do mochileiro das galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário. Mestre da sátira, Douglas Adams cria personagens inesquecíveis e situações mirabolantes para debochar da burocracia, dos políticos, da "alta cultura" e de diversas instituições atuais. Seu livro, que trata em última instância da busca do sentido da vida, não só diverte como também faz pensar.


1984 – David Bowie
O falecido Bowie queria, na verdade, fazer uma adaptação teatral do romance 1984 de George Orwell, mas, os detentores dos direitos autorais da obra negaram os direitos. Assim, Bowie lançou, em 1974, o álbum conceitual Diamond Dogs, que tem como plano de fundo a natureza apocalíptica do livro de Orwell. 

O material que o artista havia feito antes de ter os direitos negados se transformou nas músicas da segunda metade de Diamond Dogs, o que pode ser claramente percebido nos títulos das canções "1984"e "Big Brother". Somente o trecho "Os tempos não são convincentes, e a mudança não é livre" da música "1984" já deixaria Orwell orgulhoso.

Conheça o livro e leia a resenha da obra aqui:




Sinopse: "1984" não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984 , o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de mobilizá-las pela humanização do mundo.

Dogs - Pink Floyd
O álbum Animals, da banda inglesa Pink Floyd, é inteiramente dedicado a Revolução dos Bichos, também de George Orwell. O romance, que recria a revolução russa com animais humanizados em uma fazenda, gerou as três longas faixas do disco: "Dogs", "Pigs" e "Sheep". Descobri "Dogs" fazendo esse post e me apaixonei com a canção.

Enquanto o livro de Orwell concentra-se no comunismo, o álbum é uma crítica direta ao capitalismo e, embora ambos defendam os ideais dos socialismo democrático, Animals têm de diferenças com Revolução dos Bichos que a ovelha se rebele e domine os seus opressores. O caráter mais revolucionário fica claro em "Dogs" no trecho"Você precisa ter a confiança das pessoas para quem você mente / Para que quando elas virarem as costas / Você tenha a chance de lhes enfiar a faca".

Conheça o livro:





Sinopse: Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, "A Revolução dos Bichos"é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.


Who Wrote Holden Caulfield – Green Day

A banda americana Green Day já demonstrou diversas vezes como o livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, influenciou suas letras (o Green Day faz referências ao protagonista da obra em cinco dos álbuns da banda). O vocalista, Billie Joe Armostrong, diz ter lido o livro e se identificado com o personagem, pois o considerava um cara rebelde como ele, tanto que fez uma música chamada "Who Wrote Holden Caulfield?" (Quem escreveu Holden Caulfield?, em tradução livre).

Nessa música, do álbum Kerplunk!, a inspiração em O Apanhador no Campo de Centeio é perceptível através da letra, que expressa grande melancolia, frustração e nostalgia, sentimentos que atingem o Holden durante toda a obra de Salinger. Billie também se refere de forma clara ao personagem que tanto o inspirou em: "Tem um garoto que obscurece o seu mundo e agora está ficando sem vontade / Não há motivação e a frustração o deixa louco / Ele tenta encarar de frente mas acaba desistindo".

Conheça o livro e leia a resenha da obra aqui:


Sinopse: À espera no centeio (O Apanhador no Campo de Centeio na edição brasileira) narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventude e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.


Catcher In The Rye - Guns N' Roses

O Apanhador no Campo de Centeio também influenciou a sétima faixa do álbum Chinese Democracy, da banda americana Guns N' Roses. A canção dança entre várias interpretações sem deixar de fazer sentido. A leitura mais óbvia, mas que não deixa de ser correta, é que a música se trata sobre a perda da inocência da adolescência, como uma confissão de Holden Caulfield, protagonista do romance de J.D. Salinger, como podemos perceber claramente pelo trecho "Você levou nossa inocência / Para longe do nosso alcance". 

Contudo, todas as alusões feitas a Mark Chapman, em trechos como "Mas cada vez que eu os vejo/ Faz-me desejar ter uma arma" e "Você deu àquele garoto uma arma" pode levar a interpretações mais sobrias, talvez até mesmo de certo entendimento das ações do famoso assassino de John Lennon (que alegou se inspirar no livro para cometer o crime).


A hora da estrela – Pato Fu

E claro que tinha que ter nacionais na nossa lista! No álbum Daqui pro Futuro da banda Pato Fu, encontramos a música “A hora da estrela”, inspirada na obra de mesmo nome, o último livro publicado em vida pela maravilhosa Clarice Lispector. Além do título, as referências ao livro A Hora da Estrela ficam claras na letra da canção, que diz "Ela esta pronta / Pra mudar a sua vida pra sempre" e "Que é de quem nasceu pra brilhar/ Uh, a hora da estrela vai chegar", referências a personagem principal da obra, Macabéa.

Conheça o livro:


Sinopse: A história da nordestina Macabéa é contada passo a passo por seu autor, o escritor Rodrigo S.M. (um alter-ego de Clarice Lispector), de um modo que os leitores acompanhem o seu processo de criação. À medida que mostra esta alagoana, órfã de pai e mãe, criada por uma tia, desprovida de qualquer encanto, incapaz de comunicar-se com os outros, ele conhece um pouco mais sua própria identidade. A descrição do dia-a-dia de Macabéa na cidade do Rio de Janeiro como datilógrafa, o namoro com Olímpico de Jesus, seu relacionamento com o patrão e com a colega Glória e o encontro final com a cartomante estão sempre acompanhados por convites constantes ao leitor para ver com o autor de que matéria é feita a vida de um ser humano.


Admirável Chip Novo - Pitty

Com uma letra fácil de ser cantada, viciante e muito crítica, a música Admirável Chip Novo, do álbum de mesmo nome, é inspirada pelo distopia Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. As referências ao romance, que narra um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, ficam claras em trechos como "Pane no sistema alguém me desconfigurou / Aonde estão meus olhos de robô? / Eu não sabia, eu não tinha percebido / Eu sempre achei que era vivo" e "Nada é orgânico é tudo programado / E eu achando que tinha me libertado".

A obra de Aldous Huxley também inspirou a música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho. Conheça o livro:

Sinopse: Ano 634 d.F. (depois de Ford). O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (pré-condicionados) têm comportamentos (pré-estabelecidos) e ocupam lugares (pré-determinados) na sociedade: os alfa no topo da pirâmide, os ípsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime.
Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo. Extraordinariamente profético, "Admirável mundo novo"é um dos livros mais influentes do século 20.

Muito legal, não é mesmo? Acho super bacana que a literatura tenha inspirada canções tão legais como essa e fiquei imaginando o monte de outras músicas que devem ter sido inspiradas em livros também... E vocês, o que acharam? Conheciam algumas dessas músicas e sabiam que faziam referências a livros? Comentem aí em embaixo me indicando mais músicas inspiradas em obras literárias! Quem sabe até rola um segundo post como esse... 

Resenha: Isla e o Final Feliz - Stephanie Perkins

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A HISTÓRIA

Isla nunca pensou que Josh iria notá-la. Os dois estudam na mesma escola em Paris e passam as férias em Nova Iorque, e apesar de terem o mesmo gosto para quadrinhos, nunca tiveram uma conversa decente ou passaram mais que um minuto ao lado do outro. Mas nada impede a garota de ter uma paixão platônica por Josh, o que é completamente reprovado por seu amigo Kurt. Com sua própria maneira de ver o mundo, Kurt é inteligente, obcecado por mapas e gosta das coisas claras e lógicas. E, logo, ele não compreende por que Isla continua sonhando com um relacionamento que nunca terá.

Entretanto, apesar das perspectivas, o inesperado acontece e Isla e Josh acabam na mesma cafeteria em Nova Iorque. Só que, por causa de um precedimento dentário, Isla estava completamente maluquinha por causa dos remédios e acaba não se lembrando de muita coisa no dia seguinte, apenas que pagou o maior mico. Três meses depois, ela está de volta a Paris e pretende se desculpar com Josh pela noite esquisita no verão, mas quem está agindo de forma estranha é justamente o garoto.

Josh parece estar sempre triste e solitário, mas, curiosamente, acaba se aproximando de Isla e eles começam a ficar amigos. Contudo, nenhum dos dois quer somente amizade e, quando Josh descobre que a garota e Kurt não são namorados e ela descobre que Josh sempre teve uma quedinha por ela, a vida de ambos se transforma em um conto de fadas. Na cidade mais romântica do mundo, Isla e Josh começam sua história de amor. Mas nem tudo são flores. Kurt não está nada feliz em estar sendo deixado de lado e a relação complicada de Josh com sua família acaba ficando entre ele e Isla. Será que a garota conseguirá encontrar o seu final feliz?


A SÉRIE 

Isla e o Final Feliz faz parte de uma trilogia, cujos volumes são completamente independentes. Contudo, os personagens estão todos interligados de alguma forma: Isla e Josh estudam na mesma escola que Anna e St. Clair (casal do primeiro livro) frequentaram, e Josh é amigo do casal. Por sua vez, lá em São Francisco, Anna e St. Clair fazem amizade com Lola e Cricket (casal do segundo livro) e os quatro aparecem também em Isla. 


A LEITURA E TRAMA

Após ter amado Anna e o Beijo Francês e gostado bastante de Lola e o Garoto da Casa ao Lado, eu tinha muitas expectativas para Isla e o Final Feliz, que, infelizmente, me decepcionou. Tudo começou logo no início do livro, com a paixão platônica de Isla. Eu não suporto, seja na vida real ou em livros, pessoas que ficam suspirando pelos outros, sem nunca fazer nada sobre isso. E Isla é justamente assim, eternamente apaixonada por Josh, sem coragem de fazer nada a respeito. E tudo só piorou mais para frente, quando Josh admitiu sempre ter gostado dela também. Eu não pude evitar revirar os olhos nesse momento ou em muitos outros pela frente.


Sim, desde o primeiro livro, Anna e o Beijo Francês, reconheço que as histórias da autora são recheadas de clichês. Contudo, tanto em Anna quanto em Lola, Perkins conseguiu ir além do óbvio e nos conquistar. Fosse através dos personagens divertidos ou dos cenários incríveis, os livros conseguiam proporcionar uma história de amor que não parecesse mais um filme bobo da Seção da Tarde. Mas, no terceiro livro da série, Perkins apelou para a clássica e entediante fórmula de "conto de fadas moderno" e não conseguiu me agradar. 

A trama é completamente previsível e os acontecimentos do livro não consegue nos prender. O desenvolvimento do relacionamento dos personagens foi acelerado e não me convenceu. Os sentimentos do casal soam falsos e, seu comportamento, forçado. Diferente dos outros livros, a autora não conseguiu trazer nada que compensasse os muitos clichês da trama.


OS PERSONAGENS 

Isla é meiga e gentil, mas insegura ao extremo e sem qualquer perspectiva para o futuro. Me irritou sua falta completa de autoestima e sua ausência de planos e sonhos para o futuro. Contudo, o que me fez chegar a odiar a personagem foi o modo como ela tratou o melhor amigo. Assim que começou a se envolver com Josh, Isla jogou Kurt para escanteio e começou a tratá-lo com completa indiferença e impaciência. E depois, ao se afastar de Josh por um momento, ela volta para Kurt com se nada tivesse acontecido, como se nunca o tivesse tratado mal e ainda reclama por ele ter feito outros amigos.

Josh também não me agradou em nada. Ele é o típico rapaz abastado e rebelde, que não se dá bem com os pais e tenta fugir das pressões sociais, mas acaba sempre fazendo o que os outros querem. Contudo, Josh ainda é um pouquinho melhor que Isla, pois tem grandes sonhos para o futuro e realmente tenta conseguir o que quer, apesar de que ele me desagradou profundamente ao tentar encaixar Isla – quase que a força – ao futuro que já tinha sonhado, algo que a garota acaba aceitando tranquilamente, o que me fez odiá-la mais ainda. 


Kurt é um raio de esperança em meio a decepção. O personagem mais incrível do livro e de toda a série da autora, o garoto me conquistou profundamente e amaria se a autora trouxesse uma obra só para ele. Inteligente e fofo, Kurt é um amigo fiel e não deixa seu autismo atrapalhar em seu jeito de ser, e por isso odiei ainda mais como Isla o tratou. Sempre honesto, mas sensível, o personagem é único e gostaria que a autora tivesse dado mais espaço para ele. 

A EDIÇÃO

Quanto a edição do livro, não há reclamação. A tradução e a diagramação estavam boas. E mesmo não combinando com os outros livros, a capa de Isla e o Final Felizé muito bonita e eu a adoro – apesar que não entendo porque Nova Iorque que é retratada, sendo que grande parte da história se passa em Paris.


CONCLUSÕES FINAIS

Isla e o Final Feliz, infelizmente, não foi nem um pouco como eu esperava. O que era para ser um romance fofo e divertido, acabou soando como uma obra adolescente clichê, entediante e quase que infantil. O livro não me conquistou em nada e terminei a obra frustrada, especialmente porque adorava a autora. 

Título: Isla e o Final Feliz
Título original: Isla and the Happily Ever After
Série: Trilogia Anna, Lola e Isla
Volume: 3
Autora: Stephanie Perkins
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580577396
Ano: 2015
Páginas: 304


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7 lugares que todo amante de livros deve visitar antes de morrer

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Uma das coisas que mais me fascina na literatura é a capacidade de viajar através das páginas! Tem coisa mais gostosa que pegar um livro e ser transportado para um lugar, às vezes até mesmo uma época, diferente?! Eu amo viajar e visitar lugares novos, andar por ruas estranhas, sentir cheiros inusitados, ver gente com uma cultura diferente da minha... E eu consigo fazer isso através dos livros, claro, mas fico ainda mais feliz quando faço pessoalmente!

Uma das coisas que amo fazer quando estou em algum lugar diferente é visitar museus, parques, praças, lugares históricos, etc. Eu sempre tento achar lugares bacanas para visitar que combinem com meus gostos, seja um museu de arte, como o MASP em São Paulo, ou um bairro alternativo, como o Camden Town em Londres. E para quem também gosta de viajar, mas não consegue ir para lugar nenhum sem um livro na bagagem, separei alguns destinos que você precisa conhecer antes de morrer! 


Museu da Língua Portuguesa
Vítima de um incêndio devastador em Dezembro de 2015, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, é um dos mais fascinantes que já visitei. Além da arquitetura exterior belíssima, os recursos de interatividade e tecnologia incríveis do lugar expõem o acervo de forma inovadora e inusitada. A visitação é feita de cima para baixo e o visitante tem contanto com exposições interativas que abordam desde o surgimento da língua portuguesa até as variantes e a riqueza do idioma, que sofreu diversas influências de diferentes culturas e línguas, assim como a origem e significados de palavras. Mostras temporárias também expõe os trabalhos de grandes escritores brasileiros. Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Gilberto Freyre já foram homenageados por lá. 


Felizmente, grande parte do acervo do Museu da Língua Portuguesaé em formato digital e não foi perdido no incêndio de 2015. Mas, as chamas destruíram completamente as instalações e, ainda não há previsão para reabertura do lugar. Contudo, as obras já começaram e, durante esse período, o Museu da Língua Portuguesa continuará desenvolvendo suas atividades em outros espaços, fazendo jus à proposta que lhe deu origem: seu acervo é língua viva, falada por todos os povos de lusófanos, nos seus mais variados sotaques e evoluções. Estão sendo planejadas exposições itinerantes pelo interior, fortalecimento da plataforma educativa online e outras ações para o público da capital.


Memorial Minas Gerais Vale
Outros mineiros se manifestem! Claro que eu não podia deixar o nosso estado de fora! Mesmo em uma viagem rápida para Belo Horizonte, vale muito a pena visitar a Praça da Liberdade e seu Circuito Cultural. A praça por si só é muito bonita, e os antigos prédios públicos que a rodeiam foram transformados em espaços interativos que buscam espelhar a diversidade: acervos históricos, artísticos e temáticos; centros culturais interativos; biblioteca e espaços para oficinas, cursos e ateliês abertos; além de planetário, cafeterias, restaurantes e lojas.

A sala Carlos Drummond de Andrade do Memorial Minas Gerais Vale está repleta de manequins confeccionados por Ronaldo Fraga. Nos ternos estão bordados alguns trechos de autoria de Drummond.

Contudo, de todo o Circuito Culturalincrível, quero destacar o Memorial Minas Gerais Vale, que foi a minha visita preferida por lá! Instalado no antigo prédio da Secretaria de Estado da Fazenda, um lugar simplesmente maravilhoso (eu tenho um caso de amor com o hall de entrada e as escadarias divinas),  no Memorial, os elementos que constituem a identidade mineira são apresentados de maneira interativa nos 31 espaços de exposição e convivência, sendo inclusive contados a partir da história do próprio prédio. Além disso, nele encontram-se obras de artistas-símbolos de Minas Gerais, como os sertões de Guimarães Rosa, os temas que inspiraram Drummond, a "não arte" de Lygia Clark e o trabalho de Sebastião Salgado. Vale muito a pena visitar.


Real Gabinete Português de Leitura
Apenas olhe a foto aí em cima. Esse é o Salão do Real Gabinete Português de Leitura, que fica no centro do Rio de Janeiro. Se você não tem vontade de visitar um lugar desses (e de morar eternamente lá), nem deveria estar lendo isso aqui. Sério gente, fiquei chocada quando descobri esse paraíso na Terra enquanto fazia minhas pesquisas para esse post e arrependida de não ter visitado o lugar quando fui para o Rio. Sabiam que, em 2014, a biblioteca foi listada em 4ª posição dentre as 20 mais lindas bibliotecas do mundo segundo a revista Time?


Idealizado por comerciantes portugueses, O Gabinete reúne o mais valioso acervo de autores lusitanos fora de Portugal - são quase 400 mil títulos, além de uma arquitetura incrível.  Entre as obras mais raras da biblioteca podemos citar a edição "prínceps" de " Os Lusíadas", de 1572, que pertenceu à "Companhia de Jesus"; as "Ordenações de Dom Manuel" por Jacob Cromberger, editadas em 1521; os "Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram", editados em 1539; "A verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez", de 1540. Possui ainda manuscritos autógrafos do "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco e o "Dicionário da Língua Tupy, de Gonçalves Dias, além de centenas de cartas de escritores. Não preciso de mais argumentos, não é mesmo? Temos que visitar o Real Gabinete Português de Leitura para ontem!


Clementinum, a biblioteca mais bonita do mundo
Olha para as fotos acima. Se o paraíso não for parecido com esse lugar, nem quero ir para lá. Parece cenário de filme antigo, mas é real e fica em Praga. O site Bored Panda elegeu o Clementinum como a biblioteca mais bonita do mundo e, bom, alguém pode discordar? O Clementinum abriga cerca de 20 mil livros e foi por muito tempo considerado como o terceiro maior colégio jesuíta do mundo. O teto é repleto de afrescos do pintor Jan Hiebl. Antigo colégio jesuíta símbolo da reconquista católica, o Clementinum de Praga é um amplo conjunto barroco localizado no coração da Cidade Velha. Ao redor de suas 4 torres encontramos: a biblioteca nacional, duas igrejas e três capelas, salas de exposições e de concertos, uma torre astronômica.


Museu de Sherlock Holmes
O Dr. Watson recebe os visitantes e lhes apresenta a residência. Com exceção do detetive mais famoso da literatura, está tudo lá: o violino, o cachimbo, a poltrona, a lareira, os livros, os tubos de ensaio e todo o universo residencial de um personagem que fez da lógica sua maior arma. É como se, por alguns instantes, a razão se perdesse, e a história ganhasse vida. Seja bem-vindo ao mundo de Sherlock Holmes, em típica casa vitoriana na Baker Street, no icônico endereço (221b), em Londres.



O Museu de Sherlock Holmes se destina especificamente a fãs e leitores das aventuras do detetive. Muitos dos objetos da casa fazem referência a determinadas histórias e o programa é irresistível  tanto para fãs do célebre personagem de Sir Arthur Conan Doyle, como para os amantes de arquitetura/decoração daquela época. Me arrependo de não ter visitado o museu quando estava na cidade...


Galeria do Iluminismo, Museu Britânico
Uma vez em Londres, é um crime não visitar o Museu Britânico. Você com certeza já leu algum livro (ou viu um filme) que tem o lugar como cenário. Sabe a foto do meu perfil aqui do lado, na coluna lateral do blog? Ela foi tirada lá! Mais especificamente na belíssima Galeria do Iluminismo (The Enlightenment Gallery), anteriormente conhecida como Biblioteca do Rei e construída entre 1823 e 1827. 


A Galeria é belíssima e o meu lugar favorito de todo o museu! Ela possui esculturas lindas e antigas, além de muitos outros objetos históricos e um monte de livros. Só a Galeria do Iluminismo já vale a visita ao museu, qualquer amante de livros vai passar horas se deliciando e admirando as estantes cheias de obras antigas e raras! O Museu também abriga uma belíssima Sala de Leitura, que, após reformas, abrigou exposições especiais entre 2007 e 2013. Atualmente, acredito que a sala esteja fechada para visitantes e discute-se seu uso para o futuro.


Mundo Mágico de Harry Potter
Quem também é fã de Harry Potter levanta a mão e deixa um comentário no post! Para quem quer ter uma experiência mágica e interagir com o mundo do Harry Potter, o passeio ideal é pelos parques da Universal em Orlando. As atrações ficam divididas entre o parque Islands of Adventure (que reproduz Hogsmeade) e o parque Universal Studios, onde fica o Beco Diagonal. Você pode ir de um parque a outro pegando um trem que reproduz a ida da estação King’s Cross para Hogwarts. As lojas e restaurantes foram todos projetados como descritos nos livros da saga. Então, você pode ir até a Dedosmel e comprar sapos de chocolate e feijõezinhos de todos os sabores ou ir até o Olivaras e procurar uma varinha mágica.


O visitante pode curtir as atrações como o “Dragon Challenge” que é uma montanha-russa gêmea com alta velocidade e muitas emoções ou até mesmo a montanha russa denominada “Vôo do Hipogrifo”, que representa o animal descrito nos livros do Harry Potter. O Harry Potter and the Forbidden Journeyé o melhor brinquedo de todos! Considerado um dos melhores brinquedos de Orlando e o melhor do Parque Islands of Adventure. Uma réplica do Castelo de Hogwarts abriga uma viagem na qual Harry Potter enfrenta vários perigos e obstáculos. O passeio é feito através de um simulador super real. No caminho da entrada, você visita alguns lugares do castelo do Harry Potter, como a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, o Salão Comunal da Grifinória e o escritório do Professor Dumbledore.


Incrível, não? Só eu que fiquei louca para fazer minhas malas agora mesmo e ir visitar esses lugares? Vocês já visitaram algum desses destinos maravilhosos? Comentem aí embaixo outros lugares bacanas para quem ama livros!

Resenha: Enquanto Bela Dormia - Elizabeth Blackwell

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A HISTÓRIA

Ao flagrar a bisneta encantando os irmãos com o conto fantástico de uma princesa adormecida despertada por um beijo, a idosa Elise decide, pela primeira vez, contar a sua versão dos fatos. Não fora a magia que quase matara a jovem princesa, mas a inveja e ambição definitivamente tiveram lugar na história. Quando jovem, Elise abandonara o campo após a morte de sua mãe, decidida a encontrar uma posição no castelo real do seu país. Deslumbrada com mundo luxuoso dos nobres, cheio de artimanhas e regras sociais rígidas, a tímida e cativante Elise vê emergir, dentro de si, uma ambição tamanha e o desejo de fazer parte daquele universo novo, rico e fantástico. 

Em uma ascensão meteórica e misteriosa, que causaria a inveja dos outros empregados, Elise rapidamente deixa o posto de servente qualquer para se tornar a criada particular da rainha, uma bela e triste mulher por quem nutre extrema admiração. Dotada de uma personalidade honesta e discreta, Elise logo se torna confidente da Rainha Lenore e acompanha de perto o seu sofrimento pela dificuldade de gerar um herdeiro. A jovem criada também acaba se aproximando de Millicent, a tia do rei, uma senhora de personalidade forte e ambiciosa, dotada de conhecimento sobre ervas e poções.


Tudo muda quando a Rainha Lenore finalmente engravida e dá luz a uma bela menina. O rei, encantado com a filha, quebra a tradição e faz dela sua herdeira e futura rainha, para ira tanto de seu irmão quanto de Millicent. Ao tentar afastar sua mulher da influência da tia, o Rei provoca o ódio Millicent, que amaldiçoa a jovem princesa e é banida do castelo. Mesmo sem a presença de Millicent, que jurou vingança, a princesa Rosa cresce cercada pelo medo da mãe de perdê-la. Uma jovem tão encantadora quanto bela, a princesa é querida por todos, mas nada preenche seu desejo por aventuras e mais liberdade.

Uma rainha ofuscada pelo seu medo, uma princesa confinada em seus deveres reais, uma senhora vingativa em busca do poder e uma criada devota que assiste a tudo. Enquanto conta sua história, Elise analisa seu papel na trágica trama de vingança e ambição que perpetuaria como um belo conto de fadas. Mas, tendo vivido e acompanhado tudo, ela revela para a bisneta como o ódio e ambição quase destruíram um reino e como apenas o amor tornou a superação possível.


EXPECTATIVAS PARA A OBRA E A LEITURA

Desde o primeiro momento após ler a sinopse de Enquanto Bela Dormia, fiquei louca pela obra. Eu adoro contos de fadas, mas gosto ainda mais de releituras que trazem as conhecidas histórias sobre um novo olhar. A história da Bela Adormecida não é minha favorita, mas que garota nunca sonhou em ser uma princesa e viver uma história de amor digna dos contos? Contudo, Enquanto Bela Dormia não é uma trama de amor romântico e sim amor fraternal. 

A dedicação de dois pais para proteger a amada filha, a lealdade de uma confidente em seus governantes, o amor entre três mulheres, uma rainha, uma princesa e uma criada. E a inveja e ambição de outra que quase destruiu tudo. O mais encantador de Enquanto Bela Dormiaé que a releitura, mesmo sendo fiel ao conto original, deixa de lado o aspecto fantástico das fadas e bruxas (mas ainda sem tirar a magia encantadora da história) e mostra como a ambição e a inveja quase destruíram um reino e uma família. Mas a obra também mostra que família não é feita só através de ligações de sangue e que o amor, a dedicação e a lealdade podem destruir qualquer maldade

Apesar de ser uma leitura lenta, demorei bem do que esperava para terminar Enquanto Bela Dormia, o livro é delicioso e muito cativante. Mesmo sabendo mais ou menos o que viria e contando com o final feliz, a obra é bastante surpreendente. Apesar de ainda ter um toque de conto de fadas, Enquanto Bela Dormia soa bastante real, o que conquista o leitor ainda mais. Eu amei a ideia de uma história sobre reis e princesas contada pela versão de uma criada (apesar que Elise acaba sendo bem mais que isso). Além de uma releitura de um conto de fadas, Enquanto Bela Dormiaé também a história de vida de uma jovem ambiciosa que, além de dinheiro e uma posição influente, encontrou uma verdadeira família.


A TRAMA E A NARRATIVA

A história de Enquanto Bela Dormia, como já disse, é bastante surpreendente. A trama de Blackwell foi muito bem construída e desenvolvida. Os elementos do conto original se diluíram perfeitamente em uma trama única e empolgante, o que permitiu ao livro ser, ao mesmo tempo, uma perfeita releitura e uma história nova e inusitada. A narrativa em primeira pessoa da autora é boa, mas não tão fluída quanto eu gostaria. Eu sempre ficava cansada após dois ou três capítulos, o que contribuiu bastante para a minha demora em ler Enquanto Bela Dormia.
“Toda grande lenda, no fundo, é uma história de perda de inocência.” Pág. 28

OS PERSONAGENS

O grande destaque de Enquanto Bela Dormia, são, definitivamente os personagens. Apesar do grande número deles, todos são ricos, bem desenvolvidos e únicos. Eu adorei Elise desde o princípio. Me identificando muito com sua determinação em ser mais do que o destino lhe reservara (a esposa e um fazendeiro, no caso), torci para que a personagem alcançasse seus objetivos, apesar de que, como a própria protagonista acaba percebendo, sua grande ambição acabou dando frutos tanto bons quanto ruins.


Se, por um lado, gostei bastante da personagem, por outro, me irritei com sua devoção cega quanto a realeza, apesar de que acabei entendo que, no fundo, o que Elise desejava era um exemplo de força e também uma família, sendo que acaba conseguindo os dois. A Rainha Lenore e a Princesa Rosa são encantadoras e, apesar de ter me irritado com a ingenuidade de ambas em vários momentos, adorei que a autora tenha mostrado que, mesmo a realeza, cercada de luxo e poder, possuiu suas humanidades e fragilidades. 

Uma personagem, a meu ver, no mínimo injustiçada é Millicent. Sim, eu sempre me cativo aos vilões e é justamente isso que a mulher acaba se tornando. Contanto, se, por um lado, entendo que a ambição e sede por poder de Millicent acabaram levando-a por caminhos sombrios e errados, por outro, entendo suas motivações e até admiro, de certa forma, sua determinação. A autora mostrou claramente que outros personagens, como Elise, o Rei, a Rainha e a própria Princesa, possuíam defeitos e também fizeram escolhas erradas. Mas, Blackwell criou Millicent como uma vilã clássica, completamente maligna e louca. E, como para mim, todas as pessoas possuem lados ruins e bons, fazem escolhas boas e erradas, achei meio injusto apenas a Millicent ser pintada como grande vilã. 

A EDIÇÃO

Com uma excelente tradução e diagramação, a edição de Enquanto Bela Dormia está perfeita. Eu absolutamente amei a capa da obra, que é maravilhosa e combina perfeitamente com o livro.


CONCLUSÕES FINAIS

Uma boa releitura do conto da Bela Adormecida, mas, ao mesmo tempo, uma obra única e intrigante, Enquanto Bela Dormiaé o tipo de livro para ser lido devagar, mas com muito prazer. Uma história sobre o triunfo do amor sobre a ambição e vingança, recheada de intrigas e segredos, luxo e disputadas pelo poder, Enquanto Bela Dormia é um livro instigante e emocionante, além de bastante surpreendente.

Para quem gosta de conto de fadas, mas sobre um olhar mais realista, mas ainda assim mágico e cativante, esse livro é a pedida certa. Eu adorei a história e me cativei pelos personagens, terminei Enquanto Bela Dormia com um sorriso no rosto e sentimento de missão cumprida. Estou curiosa para ler mais obras da autora.

QUOTES FAVORITOS

“A Rainha Lenore era como uma estatueta de porcelana, a ser colocada em exposição e admirada de longe. Ela se quebraria se eu a tocasse.” Pág. 76

“-Sou mais prisioneira do que princesa. Nunca me perguntam o que eu penso nem pedem minha opinião. Sou apenas informada do que devo fazer. Minha mãe nunca fala de amor quando se trata do meu casamento. Como invejo você.” Pág. 234

“Consola-me pensar que a história da Bela Adormecida continuará viva depois de todos nós, uma história de maldade derrotada e amor triunfal que ressoará por séculos. E é assim que deve ser. Porque a verdade não é nenhum conto de fadas.” pág. 364

Título: Enquanto Bela Dormia
Título original: While Beauty Slept
Autora: Elizabeth Blackwell
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414790
Ano: 2016
Páginas: 368
*Esse livro foi uma cortesia da Editora Arqueiro

Desafio de Escrita: Uma garota vestida de vermelho

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Raios de luz invadem a escuridão dos meus sonhos. Eu não estava sonhando, percebo. Era tudo negro, um sono sem devaneios do meu inconsciente. Um sono exausto, como seu eu estivesse cansada demais para sonhar e me entregado a escuridão por horas, ou como se tivesse desmaiado por alguns segundos. Não sei dizer, na verdade. Se estava dormindo ou inconsciente ou um pouco dos dois. Apenas sei que meu cérebro luta contra a luminosidade solar, que tenta me manter no mesmo estado inerte do sono, tenta me manter nas sombras da minha própria mente, como se o mundo lá fora pudesse me machucar quando eu estivesse consciente, como os raios de sol que agora feriam meus olhos fechados. Talvez meu cérebro estivesse certo afinal. 

Deus, por Deus. Só me deixe quieta agora. Minha mente não quer despertar. Eu não quero despertar. Algo dentro de mim prevê que a escuridão é melhor do que quer seja que me espera quando abrir os olhos e eu acredito nesse instinto inesperado e infundado. Nesse instinto desesperado. Mas os neurônios do meu corpo começam a acordar também e percebo que a minha posição não é nada confortável. Metade do meu corpo está no macio estreito do que imagino ser um sofá e a outra metade pendurada contra o vazio. Minha nuca doí e o lado esquerdo do meu rosto está dormente. Mas a sensação mais estranha e, que mais me desperta, vem das minhas roupas.

Eu sinto o tecido contra a minha pele. Úmido. Não, não úmido. Pegajoso. Minha mão se arrasta, preguiçosa, contra o meu corpo e percebo que tanto a blusa que eu usava, quanto o short jeans minúsculo, estão cobertos por um líquido viscoso. Estranhamente, percebo enquanto flexiono os dedos, meus pés estão descalços. Solto, inconscientemente, ainda dormindo, quase acordada, um suspiro. Meu corpo me parece estranho, sobre esse sofá que não se parece em nada com a cama na qual eu deveria estar dormindo, e as roupas pegajosas parecem erradas. Eu estou confusa, mas ainda dormente pelo sono para fazer algo sobre isso. E quanto o meu olfato finalmente resolve se manifestar e, quando o cheiro me atinge, meus olhos imediatamente se arregalam.


A grande claridade repentina me cega e pisco, tentando entender. Como em outras manhãs, não é o cheiro do café forte e importado do vizinho que finalmente me faz despertar. É o odor de sangue. Ferrugem e sal em espirais dentro do meu nariz, da minha boca, sobre a minha língua, me dando ânsia de vômito. Grandes bolas de luz ainda turvam minha visão quando me curvo sobre a beirada sofá e tusso em vez de vomitar. Escuto a minha pulsação no ouvido, meu estômago se revira, mas o vermelho, o vermelho é como um tapa na cara.

Vermelho escarlate, eu penso. Mas mais profundo. Mais vermelho. E viscoso. Pegajoso sobre o chão. É como se alguém tivesse derramado latas e latas de tinta sobre o piso. Ou como se os elevadores de O Iluminado tivessem se aberto ali naquela sala e libertado sua onda de sangue falso. Mas o cheiro, o cheiro não mente. Não é tinta. Não é sangue cinematográfico. É real, como aquele que pulsa em chamas dentro das minhas veias agora. O sangue que cobre o chão não está completamente seco e escorrego um pouco quando me levanto do sofá com um pulo. 

Não chego a cair e toco o sofá tentando me equilibrar novamente. Não sei como não percebi antes, mas o tecido do móvel está encharcado do mesmo líquido que cobre o chão. Toco o meu corpo, na tentativa de me certificar que ainda sou real, que aquilo tudo não é um sonho macabro afinal. Eu sinto o toque dos meus dedos gelados sobre minha própria pele, mas, quando olho minhas mãos em seguida, volto a pensar que estou presa em um pesadelo. As palmas estão vermelhas e pegajosas, olho para baixo e percebo que estou completamente assim. Minhas roupas, a pele dos meus braços e pernas, até mesmo o anel prateado que uso no mindinho direito. Tudo pintado de vermelho, como se eu estive coberta por um manto de sangue. Olho para meus pés. Curiosamente estão limpos e as unhas do pé bem-feitas, pintadas de um azul céu. Esfrego os pés no chão com força, usando o sangue parcialmente seco sobre o piso para apagar a única parte do meu corpo que não fora maculada pelo vermelho, o que era perturbador. 


Eu olho ao redor, realmente apenas os meus pés ficaram intactos. A grande sala, completamente estranha para mim, estava pintada em vermelho. As cortinas, televisão, a mesa de centro, os livros na estante, o teto e até mesmo uma escada estreita no fundo do ambiente. A porta. O que um dia fora uma porta branca agora estava coberta por grandes machas de sangue. Meu Deus, tinha tanto sangue. Sangue por todos os lugares. Uma risada mórbida escapou dos meus lábios. Eu me sentia presa em uma pintura surrealista macabra. Uma garota vestida de vermelho em uma sala vermelha, eu chamaria a obra. Um nome inocente para o quadro que causaria pesadelos até nos mais corajosos críticos de arte. 

Não é o seu sangue, o pensamento óbvio me atingiu e me senti culpada logo após ficar aliviada. Havia sangue demais naquela sala para ter vindo de uma pessoa só e, mesmo que assutada até o último fio de cabelo, meu corpo parecia intacto. Todo o meu sangue preenchia as minhas veias, mesmo que a sanidade parecesse ter me abandonado naquele momento. Não fazia sentido. Tanto sangue em uma sala estranha. Como eu viera parar ali? E de onde viera aquele sangue? Será que eu tinha… eu poderia… Não consegui concluir meus pensamentos. Preferia não pensar. Não lembrar. Se a minha mente estava me poupando de memórias de como aquele ambiente trágico se construiu, eu que não me arriscaria a tentar recordar. Eu já não conseguiria dormir, de qualquer jeito, pelos próximos meses só por ter passado alguns minutos olhando para o cômodo coberto de sangue.


Eu tinha que sair dali. Nem quis pensar caso escapar não fosse uma opção. Mas antes de ao menos tentar a porta ou as janelas, uma musiquinha alegre encheu o cômodo, tirando as poucas gotas de coragem e racionalidade do meu ser. O barulho me levou até o centro da mesa, onde um celular estranhamente limpo estava cuidadosamente colocado no centro da mesa coberta de sangue. Peguei o aparelho sem hesitar e apertei o botão para atender a ligação. 

“Eu sei que tudo está confuso agora”, uma voz macia e masculina me atingiu antes mesmo de eu encostar o aparelho no ouvido.

“Quem está falando?”, surpreendi-me com o próprio som das palavras escapando na minha cabeça.

“Tudo vai ficar claro”, a voz continuou do outro lado, ignorando a minha pergunta, “branco no preto, em alguns segun...”.

“Está tudo vermelho. O maldito vermelho,”, interrompi novamente o estranho, sem conseguir impedir que as palavras fluíssem para fora de mim, “está por todo lugar. A porra do vermelho está grudada em meus olhos! É como se o sangue estivesse escorrendo ao meu redor, me afogando. Como seu estivesse ficado cega para as outras cores, só não para o maldito vermelho!”. 

“Venha para fora e tudo vai ficar claro”, a voz continuou calma, mesmo após eu ter gritado com ela.


“O quê?”, murmurei.

“A porta, use a porta e venha para fora. Não há vermelho aqui. Vai ficar tudo bem, contando que venha para fora”, ele continuou, sua voz suave como seda em meus ouvidos.

“Sem vermelho... Você promete?”, digo de forma trêmula, sem saber de onde aquelas palavras surgiam dentro de mim.

“Prometo”, disse com seriedade. “Sem vermelho aqui. Sem sangue. Tudo preto no branco, só eu e você”.

Fuja do vermelho, foi o que meu cérebro disse. Eu me sentia presa em um transe. As palavras na minha mente tinham a voz do homem do outro lado da linha. Venha para fora, passe pela porta e venha para mim. O outro lado da linha estava quieto agora, mas eu ainda ouvia o estranho na minha mente. Deixei o celular escapar das minhas mãos e nem percebi o seu baque surdo contra o piso. Minhas pernas pareciam ter vida própria e caminhavam para fora. Estranhamente, não me assustava desconhecer o quê, e quem, estava lá fora. 

Sem vermelho aqui. Sem sangue. As palavras do homem ecoaram em minha mente enquanto eu girava a maçaneta. Maior do que a certeza de que eu tinha que sair dali, que tinha que fugir do vermelho, era a minha vontade de ir em direção ao preto e o branco. Em direção a ele. Só eu e você. Relembrar sua voz acelerou meu coração, mas acalmou a minha mente. Abri a porta e a uma claridade repentina me cegou. Só pude distinguir uma sombra vindo em minha direção.



Esse texto faz parte do projeto Desafio de Escrita: 25 coisas sobre as quais escrever em 25 semanas, referente ao nº 22 da lista - Você tem sangue em suas roupas, mas não se lembra do que aconteceu
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